O Citi elevou a recomendação da Natura (NTCO3) de neutra para compra/alto risco e subiu o preço-alvo de R$ 15,00 para R$ 21,00, o que representa um potencial de valorização de 35,7% sobre o fechamento da última terça-feira (30). A mudança decorre da análise de que, após a venda da The Body Shop (TBS), a Natura começa 2024 como uma empresa nova e mais enxuta, com um balanço patrimonial significativamente melhor – caixa líquido de R$ 700 milhões em 2023.
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“Com a complexidade reduzida, a gestão pode agora focar principalmente na integração da Natura e da Avon na América Latina. Embora reconheçamos os riscos de execução e possíveis contratempos que podem surgir durante o processo (daí a nossa recomendação de alto risco), estamos dando à administração o benefício da dúvida de que a margem da América Latina convergirá para 16%” até 2026 ou 2027, ante 12,5% em 2023″, afirmam os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, em relatório enviado a clientes.
Os analistas também esperam um crescimento na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Avon International (AVON34), de 7,3% em 2023 para 10% até 2027. A expansão da margem, combinada com a conversão natural de caixa do negócio e o balanço de caixa líquido implicam em um rendimento do fluxo de caixa do acionista (FCFE) de 7% para 2025 e de 10% para 2026, apontam os analistas.
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E isso também implicaria em um crescimento considerável dos lucros, com o Citi estimando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de lucro por ação (EPS) de 40% de 2024 a 2027. A esta taxa de crescimento, o Preço por Lucro (P/L) ficaria em 24 vezes em 2024 e em 14 vezes em 2025.
Como riscos em relação à recomendação de compra/alto risco, contudo, o Citi aponta: possíveis contratempos da integração Avon/Natura; os custos da transformação da companhia podem vir maiores que o esperado; e a Avon International também pode não conseguir atingir a expectativa do banco de margem Ebitda de 10% no longo prazo.