O UBS BB avaliou, em relatório, ser improvável que a Cosan (CSAN3) contribua com um eventual aumento de capital da Raízen (RAIZ4), pois a holding está em seu próprio processo de desalavancagem. A diluição, de acordo com a avaliação, deve ocorrer a partir dos investidores minoritários. Porém, não está claro se seria com a emissão de ações preferenciais ou ordinárias, acima ou abaixo do preço atual das ações da companhia.
A avaliação do UBS BB sugere que a empresa possui um potencial de geração de caixa primário entre R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões por ano, com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) estimado em R$ 13,5 bilhões para 2024/2025 e capex de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões. No entanto, a companhia tem uma dívida líquida considerável, estimada em R$ 30 bilhões no fim da safra, o que resulta em um custo de juros anual de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões. Isso implica na necessidade de injeção de capital entre R$ 0 e R$ 2 bilhões por safra para sustentar suas operações.
Para melhorar sua posição financeira, a Raízen implementa medidas de eficiência, incluindo a redução de escopo e reestruturação interna, que podem gerar ganhos significativos no Ebitda. Além disso, a empresa busca se desfazer de ativos não essenciais, como a Power e a Oxxo, e de ativos de baixo retorno, como canaviais e usinas, para cortar custos e melhorar sua eficiência operacional.
No entanto, uma possível solução de curto prazo para sustentar sua saúde financeira seria a realização de um aumento de capital, com foco na geração de caixa e na retomada mais rápida do pagamento de dividendos aos acionistas.
O preço-alvo do UBS BB para as ações da empresa é de R$ 3,90, com recomendação de compra, enquanto o preço das ações na última sexta-feira (7) era de R$ 1,76.