O Credit Suisse espera que o Banco Central suba a taxa Selic em 150 pontos-base na reunião de política monetária desta semana e a leve até 11,5% ao ano em 2022, prevendo que a dinâmica desfavorável de inflação no Brasil elevará a pressão por juros mais altos.
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Em relatório divulgado nesta terça-feira, o credor privado também aumentou suas estimativas para a alta do IPCA neste ano e no próximo, a 9,8% e 5,8%, respectivamente. As projeções anteriores, de apenas quatro dias atrás, eram de avanços de 9,1% e 5,5%.
Segundo o Credit Suisse, as revisões vêm depois de reajuste nos preços dos combustíveis pela Petrobras, anunciado recentemente, e de salto bem maior do que o esperado do IPCA-15 em outubro. O índice, considerado prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro, teve a maior alta para o mês em 26 anos, segundo dados desta terça-feira.
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“No geral, o resultado de hoje continua a mostrar dinâmicas muito desfavoráveis para a inflação, tanto quantitativamente quanto qualitativamente”, disse o banco privado em relatório assinado por Solange Srour, economista-chefe do banco no Brasil, e Lucas Vilela, economista.
Com a deterioração na frente inflacionária combinando-se à “fragilização da estrutura fiscal” do país depois de planos do governo de desrespeitar o teto de gastos, o Credit Suisse afirmou que o Bacen precisará elevar a taxa Selic com maior rapidez e a um patamar terminal mais alto de forma a conter as expectativas de alta dos preços.
O cenário do credor suíço prevê agora duas elevações de 150 pontos-base dos juros nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), de outubro e dezembro, uma alta de 100 pontos-base em fevereiro de 2022, uma de 75 pontos-base em março e outra de 50 pontos-base em maio do ano que vem. A taxa, então, chegaria a 11,5% ao ano ao fim do ciclo de aperto monetário do Banco Central.
A projeção anterior do Credit Suisse, também de apenas quatro dias atrás, era de que o Copom elevaria a Selic em 125 pontos-base em seu encontro de dois dias desta semana, que se encerra na quarta-feira. A estimativa da semana passada para o patamar da taxa em 2022 também era mais baixa, de 10,5%.
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