As notas de peso argentino, desvalorizadas por anos de inflação galopante, agora de quase 60%, estão começando a causar uma pressão literal nas carteiras da população, com a maior cédula em circulação valendo menos de 5 dólares nos mercados de câmbio comumente usados.
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Isso significa que as pessoas precisam carregar enormes maços de dinheiro, um problema de segurança e dor de cabeça logística para poupadores, empresas e bancos.
A situação isola a Argentina na América Latina, exceto, talvez, pela Venezuela. As maiores notas no México e no Peru valem cerca de 50 dólares, enquanto no Brasil são o equivalente a cerca de 40 dólares. No Chile e na Colômbia chegam a cerca de 25 dólares e, no Paraguai, a 15 dólares.
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Na Argentina, a nota de mil pesos vale, tecnicamente, 8,40 dólares usando a taxa de câmbio oficial, mas, com controles de capital rígidos limitando as compras em moeda estrangeira, a maioria das pessoas usa mercados paralelos onde a mesma quantia rende 4,80 dólares.
Há dez anos, mil pesos valiam 200 dólares. Até cerca de duas décadas atrás, a mesma quantia lhe daria mil dólares.
“Tenho que carregar aquele maço enorme de notas na carteira, porque não cabe nos bolsos, e tenho medo de ser assaltada”, disse Laura, de 40 anos, advogada da capital Buenos Aires.
“A nota de mil pesos não dá mais para nada. O aluguel (mensal) da minha casa é de pouco mais de 50 mil pesos.”
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O baixo valor da maior cédula disponível significa que muitas empresas da economia dependente de dinheiro físico ficam com enormes pilhas de notas ao final do dia. Não é incomum que as pessoas cheguem para pagar despesas maiores com grandes blocos de dinheiro vivo.
“A denominação das notas está muito dissociada da média de transações da economia”, disse Camilo Tiscornia, diretor da C&T Asesores Económicos, acrescentando que isso gera ineficiências no mercado. “Você tem que fazer pagamentos ridículos com um enorme número de notas.”