A notícia que circula na grande imprensa de que a Petrobras (PETR3;PETR4) avalia um potencial acordo com o governo federal para encerrar algumas disputas judiciais é vista pelo Citi como “potencial mitigador” do pagamento de dividendos extraordinários ao longo deste ano.
A expectativa é de que um acordo com a União, se confirmando, poderá resultar na negociação de um litígio tributário de R$ 55 bilhões, relacionado a impostos como IRRF, CIDE, PIS e Cofins sobre remessas ao exterior em contratos de afretamento de FPSOs.
O contencioso tributário está em discussão na Justiça e no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). “Neste momento, estimamos um potencial desembolso de caixa de R$ 10 bilhões relacionados à transação tributária no próximo ano, considerando os depósitos judiciais e o imposto dedutível”, observam os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardona, em relatório.
Apesar da boa geração operacional de caixa da Petrobras, eles veem riscos negativos para o pagamento de dividendos, como maior Capex, projetos em avaliação, preocupações com ações judiciais do Carf e seus potenciais impactos.
O Citi tem preço-alvo de US$ 15 para as ADRs da Petrobras, potencial queda de 5,54% em relação ao fechamento da terça-feira (9).
Além do risco Brasil, considerando o peso que as ações da Petrobras têm no Ibovespa (mais de 11%, somando ordinárias e preferenciais), a cotação do petróleo, a influência política do governo federal na crescimento da produção e o balanço são alguns os riscos elencados pelo Citi que podem impedir que a ação atinja o preço-alvo desejado, avalia o banco.