O dólar devolveu completamente as perdas registradas no início da sessão e tinha alta contra o real nesta terça-feira (28), apesar do clima otimista nos mercados internacionais, conforme investidores locais avaliavam as perspectivas da saúde fiscal do Brasil.
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Em semana de liquidez reduzida devido à aproximação do fim do ano, participantes do mercado não descartavam a possibilidade de oscilações na direção da divisa norte-americana ao longo do pregão.
Às 10h13 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,16%, a 5,6484 reais na venda. A moeda já oscilou entre 5,6210 reais na mínima do dia (-0,32% ) e 5,6629 reais na máxima (+0,41%).
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Na B3, às 10h13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,32%, a 5,6505 reais.
Receios fiscais seguiam sob os holofotes, com agentes locais monitorando a situação dos auditores da Receita Federal que entregaram seus cargos em ato contra cortes orçamentários.
Segundo nota de Victor Guglielmi, economista da Guide Investimentos, a greve dos funcionários da Receita, bem como as negociações em torno reajustes do funcionalismo público, deve “sustentar cautela no início de 2022”.
Temores sobre despesas adicionais no próximo ano vêm depois de o governo ter conseguido, por meio da PEC dos Precatórios, alterar a regra do teto de gastos para abrir o espaço fiscal necessário para financiar auxílio à população no valor de 400 reais por família.
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Isso gerou entre parte dos mercados a percepção de que as regras fiscais do Brasil poderiam estar sujeitas a mais alterações no futuro de forma a comportar mais gastos, o que minaria a confiança de investidores estrangeiros no país.
“A pressão por reajustes salariais e mais gastos públicos segue intensa (e assim deve continuar), mantendo um pano de fundo de incerteza e fragilidade”, comentou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de seis rivais fortes tinha variação negativa de 0,05% nesta terça-feira, em meio à redução de temores sobre os efeitos econômicos da variante Ômicron do coronavírus.
Já as bolsas europeias e os futuros de Wall Street registravam ganhos nesta manhã, evidenciando o maior apetite por risco nos mercados internacionais. [.EUPT] [.NPT]
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“Os ativos de risco estão dando continuidade aos movimentos positivos verificados desde o final da semana passada”, disse Kawa.
“A pandemia está sendo lida como mais uma ‘onda’ pontual disse ele, afirmando exergar “cenário de curto prazo mais construtivo, mas com riscos ainda elevados e crescentes de longo prazo”. Entre os pontos de cautela, ele citou a inflação global e a redução dos estímulos de grandes bancos centrais.
Com o desempenho deste pregão, o dólar fica a caminho de encerrar 2021 em alta de cerca de 9% contra o real.
O dólar fechou a última sessão a 5,6393 reais na venda.
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