O cobre recuou cerca de 3% no mercado futuro nesta segunda-feira (20). A força do dólar ante moedas rivais e de emergentes na maior parte da sessão pressionou a commodity, já que ela é cotada na divisa americana e, com o movimento, fica mais cara para detentores de outras moedas. O principal driver do dia, porém, foi a aversão global ao risco provocada por temores de que a gigante do setor imobiliário chinês Evergrande não cumpra obrigações fiscais a credores nesta semana.
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O cobre com entrega prevista para dezembro fechou em baixa de 3,10%, a US$ 4,1145 por libra-peso, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na London Metal Exchange (LME), a tonelada do cobre para três meses recuava 2,63%, a US$ 9.023,50, às 14h47 (de Brasília).
Investidores operaram com cautela nesta segunda-feira, o que pesou sobre ativos mais atrelados ao sentimento por risco, como o cobre e outras commodities metálicas ligadas à indústria. O temor de investidores se deu na esteira de notícias que aumentaram os rumores de um calote pela Evergrande.
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Hoje, um dos principais credores da companhia fez provisões para o default de uma parte dos empréstimos que fez à incorporadora, enquanto outros planejam dar mais prazo para que a companhia pague o que lhes deve, de acordo com a Reuters.
O Swissquote já vê o calote da companhia como provável, e alerta para a possibilidade do episódio contaminar de forma mais ampla o setor imobiliário. Enquanto isso, a BMO Capital Markets diz que a situação na China pode, inclusive, fazer com que o Federal Reserve (Fed) se torne ainda mais paciente quanto a um eventual aperto de sua política monetária, cujo anúncio não deve vir após a reunião desta semana, segundo analistas consultados pelo broadcast.
Ainda sobre a Evergrande, a Capital Economics afirma que uma turbulência maior por conta do default deve ser evitada, com a expectativa de investidores de que os reguladores chineses devem intervir, caso necessário.
A consultoria britânica também destaca, com base em dados do Instituto internacional de Alumínio, que a produção global de alumínio segue em alta apesar do recente racionamento de energia em centros de fundição na China. O movimento, segundo a Capital, sugere que o temor de baixa oferta que impulsionou o metal por décadas chegou ao fim, e uma queda nos preços deve ser vista adiante.
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Na LME, no horário citado acima, a tonelada do alumínio caia 0,45%, a US$ 2.861,00, enquanto a do níquel tinha baixa de 1,78%, a US$ 19.010,00, a do chumbo cedia 1,62%, a US$ 2.152,00, a do estanho recuava 0,77%, a US$ 33.975,00, e a do zinco perdia 1,65%, a US$ 3.016,00.