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Dólar tem terceira queda seguida, amparado por menor incerteza fiscal

Moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,1858

Dólar tem terceira queda seguida, amparado por menor incerteza fiscal
Foto: Envato Elements

O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira na terceira queda consecutiva em relação ao real na semana, cotado a R$ 5,1858 (-0,33%). Apesar do fortalecimento do índice DXY, que operou em torno dos 104,5 pontos ao longo do dia, a redução das incertezas domésticas com o anúncio de nomes da equipe econômica do governo e a aprovação do Orçamento de 2023 beneficiaram a divisa brasileira ao longo do pregão.

A moeda americana oscilou entre a mínima de R$ 5,1598 (-0,83%) e a máxima de R$ 5,2238 (0,40%), ambas alcançadas durante a manhã, com a leitura final do PIB do terceiro trimestre nos Estados Unidos, acima do esperado. A partir do meio-dia, após o anúncio dos novos ministros pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o dólar permaneceu em queda em relação ao real, cotado entre R$ 5,1626 (-0,78%) e R$ 5,1911 (-0,23%).

“O real tem funcionado descolado das moedas lá fora, em função de toda a incerteza gerada pela PEC da transição, e essa incerteza diminuiu”, afirma o gestor da Kínitro Capital Maurício Ferraz. “Nos últimos dias, os ativos brasileiros têm devolvido parte da má performance que tiveram, por causa dessa incerteza, e, à medida que o ano vai chegando ao fim, as pessoas vão reduzindo as apostas contra.”

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Durante a tarde, dois destaques do noticiário político ajudaram a consolidar a baixa do dólar em relação ao real, segundo Ferraz. Em primeiro lugar, o mercado recebeu positivamente a nova leva de nomes que vão compor a equipe do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) – especialmente o futuro secretário do Tesouro, Rogerio Ceron, visto como de perfil técnico.

O desempenho da moeda brasileira ainda foi favorecido pela aprovação do Orçamento de 2023, diante da avaliação de alguns parlamentares de que a matéria só seria votada na semana que vem. O desfecho encerra uma série de imbróglios em torno da política fiscal do próximo governo, em um momento no qual o mercado ainda se beneficia da redução das incertezas após a promulgação da PEC da transição, ontem.

Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luís Otávio de Souza Leal, a composição do ministério foi bem recebida pelo mercado, sobretudo devido à escolha de Ceron, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, para comandar o Tesouro. “A secretaria ficou na mão de alguém que o mercado considera que pode fazer um bom trabalho”, resume o analista.

Durante a manhã, o mercado já recebera positivamente a nomeação dos novos ministros do governo Lula, especialmente com a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para o recriado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O saldo desse ambiente favoreceu o fortalecimento do real, comenta o operador da Fair Corretora Hideki Iha.

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“Na época das eleições, tivemos muita antecipação de saída de dividendos, para fugir de um eventual resultado. Agora, aquela tensão passou, todo mundo se defendeu, e a saída, que é normal no final de ano, acabou antecipada”, diz Iha. “Eu acredito que o dólar fica como está até o fim do ano, mas não vai derreter. Abaixo de R$ 5,20 é uma taxa de compra, e não de venda.”

Com o resultado de hoje, o dólar à vista recua 2,05% na semana, ao menor nível em mais de um mês, desde 9 de novembro, quando encerrou o dia cotado em R$ 5,1821. Para Leal, do Alfa, o cenário corrobora a projeção para a moeda no fim do ano, de R$ 5,20 – abaixo da mediana do último relatório Focus, que indicava uma cotação de R$ 5,25 para a divisa americana no período.

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