O dólar operou em alta nesta sexta-feira (10), com impulso da divulgação do payroll de dezembro nos Estados Unidos. Os dados, mostrando criação de empregos bem acima do esperado, aumentaram as perspectivas de um Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) mais restritivo ao longo de 2025. Neste cenário, a libra segue em destaque, como a moeda britânica pressionada por uma disparada nos rendimentos dos títulos, conhecidos como Gilts, com os juros chegando a ultrapassar os 5% pela primeira vez desde 2008.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 157,84 ienes, o euro caía a US$ 1,0244 e a libra cedia a US$ 1,2208. O índice DXY fechou em alta de 0,34%, a 109,179 pontos. Na semana, houve alta de 0,65%.
“A combinação do payroll com outros dados econômicos importantes dos EUA – o relatório do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da próxima semana será outro teste decisivo – e a incerteza em torno dos planos da próxima administração Trump em matéria de política fiscal e tarifária à medida que se aproxima o dia da tomada de posse (20 de Janeiro) sugere que mais volatilidade pode estar por vir”, avalia a Capital Economics.
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“Grande parte da força do dólar que prevíamos após a vitória de Trump ocorreu agora: o índice DXY subiu cerca de 7% desde o dia das eleições. Mas continuamos pensando que se, como esperamos, Trump decretar tarifas significativas nos próximos meses, isso levaria a outra subida do dólar, em particular face ao yuan”, projeta.
A libra teve o pior desempenho entre as moedas do G10 no início do ano, uma vez que o mercado dos Gilts voltou a ficar sob pressão. “A liquidação desta semana é mais um lembrete de que a confiança dos investidores nas finanças públicas do Reino Unido permanece frágil”, avalia a Capital Economics. Tal como aconteceu no rescaldo do primeiro orçamento do governo trabalhista em outubro, a libra esterlina caiu apesar dos diferenciais das taxas de juro terem mudado a favor do Reino Unido, indica.
“Embora ambos os episódios estejam muito longe do caos em torno do desastre da Trussonomics em 2022, são um sinal preocupante e sugere que o governo terá de adotar uma abordagem cautelosa em relação à despesa pública este ano. Os mercados monetários reduziram a extensão dos cortes nas taxas do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) descontados este ano em resposta (para ~50 pontos de base), mas pensamos que o BoE ainda reduzirá em 100 pontos base à medida que a inflação recua”, aponta a consultoria, o que pressionaria ainda mais a libra.