O dólar hoje fechou a sessão em queda de 0,15% cotado a R$ 5,6478. A moeda americana oscilou entre a máxima de R$ 5,690 e mínima de R$ 5,619 nesta quinta-feira (25), com diferentes dados econômicos no radar dos investidores. Na véspera, a divisa chegou a encerrar o pregão no nível mais alto em mais de vinte dias, negociado a R$ 5,659.
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O real vinha sendo pressionado pela recente valorização do iene, em meio às expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) volte a elevar juros na reunião de política monetária que acontece na próxima semana. Um iene valorizado ante o dólar e uma eventual diminuição no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos fazem com que investidores revertam as chamadas operações de “carry trade”.
Essa estratégia financeira consiste em tomar empréstimos em uma moeda com juros baixos e investir em outra com juros altos para lucrar com a diferença. Dessa forma, a desmontagem de operações de “carry trade” tende a penalizar moedas de países emergentes, que possuem taxas de juros mais altas.
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Nesta quinta-feira, no entanto, o movimento de valorização do dólar em relação ao real deu uma trégua. Já o índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de seis divisas fortes, fechou em baixa de 0,03%, aos 104,355 pontos.
IPCA-15 no Brasil e PIB nos EUA
O dia foi marcado por uma agenda agitada, com a divulgação de dados econômicos importantes no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, investidores reagiram ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – uma espécie de prévia da inflação oficial brasileira. O indicador ficou em 0,30% em julho, 0,09 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,39%). O resultado, no entanto, veio 0,07 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava desaceleração a 0,23%.
Para a Guide Investimentos, o resultado trouxe sinais piores com relação à sua composição. “Entendemos que o dado de hoje acrescenta motivos para o Comitê de Política Monetária (Copom) sustentar um ‘pulso firme’ na condução da política monetária, principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio”, reforça a casa em relatório.
Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu ao ritmo anualizado de 2,8% no segundo trimestre de 2024, segundo cálculo inicial apresentado pelo Departamento de Comércio do país. O resultado superou o teto das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de altas de 1% a 2,5%.
Para Paula Zogbi, gerente de conteúdo e research da Nomad, uma economia robusta, com esse ritmo de crescimento, pode dificultar os próximos passos do Federal Reserve (Fed) rumo ao corte de juros, mesmo com dados recentes indicando alívio inflacionário nos últimos meses.
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“A projeção do mercado atualmente é de que o primeiro corte ocorra em setembro, mas o nível de conforto em relação a esse movimento pelos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deve ficar mais claro no comunicado e coletiva de imprensa que sucederão a decisão da semana que vem – que ainda deve ser de manutenção dos juros no patamar atual”, afirma Zogbi.
Também foi divulgado nesta quinta-feira o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do segundo trimestre deste ano. O indicador subiu ao ritmo anualizado de 2,6% no período, uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,4% no primeiro trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços mais voláteis (alimento e energia), aumentou 2,9% entre abril e junho, desacelerando também ante o ganho de 3,7% do trimestre anterior.
Agora as atenções se voltam para a divulgação do PCE de junho, que deve ser realizada na sexta-feira (26). Vale lembrar que o indicador é a medida de inflação preferida do Fed para definir sua política monetária – decisão que tem forte impacto para o dólar.
*Com informações do Broadcast
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