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Dólar hoje cai por alívio em juros internacionais, mas minério fraco e riscos locais colocam freio na moeda

Os investidores elevam a cautela com a atividade econômica na Europa e no Japão; veja o cenário do dia

Dólar hoje cai por alívio em juros internacionais, mas minério fraco e riscos locais colocam freio na moeda
Dólar (Foto: Adobe Stock)

O dólar hoje opera em queda no mercado à vista, na esteira do alívio nos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa pública americana). O mercado de câmbio ajusta-se ainda ao recuo da divisa americana frente a pares emergentes do real, como os pesos chileno, mexicano, colombiano e o rand sul-africano, que abre espaço para uma realização de lucros.

Na quinta-feira (20), o dólar à vista subiu a R$ 5,4619, maior nível desde setembro de 2022, por inquietação dos investidores com o risco fiscal do País, a sucessão no Banco Central (BC) e a aceleração da alta da moeda americana e dos rendimentos dos Treasuries.

No entanto, a queda de 1,7% do minério de ferro na China e de 1,60% em Cingapura, além da valorização da moeda americana ante euro, libra e iene servem de contraponto, limitando a recuperação do real e de seus pares emergentes.

Os investidores elevam a cautela com a atividade econômica na Europa e no Japão, após a frustração dos investidores com os resultados abaixo dos previstos de Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) nessas regiões, que reforçam a chance de corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). No radar está a leitura preliminar dos PMIs composto, industrial e de serviços dos EUA referentes a junho (10h45).

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Na quinta-feira (20), o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu o Japão em sua lista de monitoramento de práticas cambiais e políticas macroeconômicas, ao lado de China, Malásia, Cingapura, Taiwan, Vietnã e Alemanha. O monitoramento visa garantir que os países não estão interferindo ativamente no câmbio para obter vantagens comerciais.

O vice-ministro de Finanças para Assuntos Internacionais do Japão, Masato Kanda, considera eficaz a intervenção cambial de 9,7 trilhões de ienes anunciada no final de maio para responder às flutuações excessivas causadas pela especulação. Ele destacou a disponibilidade ilimitada de fundos para tomar as medidas necessárias e afirmou que o governo continuará a responder firmemente a flutuações excessivas no futuro.

Além disso, Kanda disse ser necessário monitorar de perto o impacto das decisões monetárias do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de cada banco central nas taxas de câmbio.

Incertezas sobre o BC brasileiro

Em relação ao BC brasileiro, a partir de janeiro de 2025, o atual presidente Roberto Campos Neto será substituído por um indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sete dos nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) também terão sido indicados pelo Planalto.

Quanto ao Copom, a unanimidade de votos pela manutenção da taxa Selic em 10,50% na quarta-feira (20) foi criticada pelo presidente Lula. Tem sido ventilado ainda o nome de André Lara Resende como favorito no governo, enfraquecendo o nome do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que votou pela manutenção da Selic nessa semana.

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No início do pregão de hoje, o dólar à vista caía 0,37%, a R$ 5,4447. O dólar futuro para julho cedia 0,28%, a R$ 5,4425.