

A valorização do dólar ante o real em dezembro impulsionou as vendas antecipadas de soja pela Boa Safra (SOJA3), produtora brasileira de sementes da oleaginosa. A informação foi revelada pelo CEO, Marino Colpo durante teleconferência com investidores realizada nesta quarta-feira (26) para apresentação dos resultados do quarto trimestre e do consolidado de 2024. Ele destacou o quadro como atípico, já que, em geral, a comercialização da nova safra se inicia apenas em janeiro. “Quando a gente fazia conta, estava muito bom para o produtor comprar e fechar a safra seguinte. Tivemos uma movimentação muito grande no setor de insumos em dezembro, inclusive sementes”, afirmou Colpo.
Segundo o executivo, a carteira de pedidos atual está “um pouco à frente da média histórica” para o período, o que reforça o otimismo para 2025, após um ano desafiador. Em 2024, a empresa reportou queda de 53,47% no lucro líquido, que totalizou R$ 160,5 milhões, e redução de 11,43% na receita líquida, que alcançou R$ 1,84 bilhão.
Apesar do cenário positivo para vendas, Colpo evitou projetar um retorno aos níveis recordes de preços vistos em 2023. “Seria leviano eu falar que a gente vai conseguir um preço recorde de 2023, mas temos olhado para a média dos últimos três anos”, explicou, indicando que 2022 serve como um melhor parâmetro de preços para este ano.
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A empresa mantém as expectativas de crescimento de 40% em volume para 2025, quando planeja atingir capacidade de 280 mil big bags, contra os 205 mil produzidos em 2024. Para sustentar este crescimento, a companhia contratou área de plantio com produtores parceiros equivalente a 274 mil hectares, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Com posição financeira sólida, incluindo R$ 585 milhões em caixa e R$ 414 milhões em dívida bruta ao final de 2024, a Boa Safra se vê estrategicamente posicionada para alcançar suas metas de expansão.