O dólar caiu frente a outras moedas principais hoje, após o relatório mensal de empregos (payroll) de julho dos Estados Unidos trazer números mistos, mas que para alguns analistas pode fazer o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não elevar mais os juros, embora vários deles ressaltem que ainda não há certeza sobre a trajetória da política monetária. O rublo também esteve em foco, sob pressão recente, enquanto na região o peso argentino continuou em baixa, em quadro de expectativa por primárias eleitorais neste mês.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 141,83 ienes, o euro avançava a US$ 1,1008 e a libra tinha alta a US$ 1,2746. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,51%, a 102,017 pontos, mas na comparação semanal subiu 0,39%.
O DXY oscilava perto da estabilidade no início do dia, porém perdeu fôlego ainda pela manhã, logo após o payroll. O relatório mostrou geração de 187 mil postos no mercado de trabalho americano em julho, ante previsão de crescimento de 205 mil vagas, mas com a taxa de desemprego recuando, de 3,6% a 3,5%, e avanço do salário médio por hora um pouco superior ao esperado.
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A Oxford Economics considerou que o payroll apoia uma pausa na política monetária do Fed, embora tenha advertido que eventuais surpresas para cima em dados, como os da inflação, poderiam mudar o quadro. Para a Capital Economics, o dado de hoje mostra uma economia dos EUA mais fraca do que o sugerido pelo Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. Na avaliação do Jefferies, o Fed ainda pode elevar os juros, possivelmente em setembro, enquanto o C6 Bank também considerou que pode haver mais uma alta neste ano.
No câmbio, de qualquer modo, o dólar ficou sob pressão no dia. À tarde, houve espaço para o dólar reduzir perdas, conforme se impôs um quadro de maior cautela, mas o sinal negativo se manteve. A Capital Economics diz que aguarda os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na próxima semana e que a pressão sobre os preços deve cair mais adiante, o que poderia levar a um corte nos juros pelo Fed em 2024. A consultoria acrescenta que não é certo que isso levará a um dólar mais fraco, e diz que é preciso saber se os EUA conseguirão escapar de uma recessão e como estará o quadro nas outras economias de maior peso.
A Capital ainda considera que não tem importância o rebaixamento no rating dos EUA nesta semana pela Fitch. Entre dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Austan Goolsbee minimizou hoje o fato, e se mostrou otimista sobre a chance de um “pouso suave” na economia americana, evitando uma recessão e com o Fed conseguindo controlar a inflação.
Entre outras moedas em foco, o dólar avançava a 95,910 rublos, com a moeda da Rússia pressionada. O rublo recua pouco mais de 30% neste ano, com efeitos da guerra na Ucrânia e das sanções subsequentes contra Moscou pesando no quadro. Já na Argentina, o chamado dólar blue avançava no fim da tarde a 574 pesos, renovando máxima histórica, com cautela antes de eleições primárias marcadas para o dia 13. No câmbio oficial, o dólar subia a 278,1823 Hoje, o país realizou pagamento de parcela na dívida do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), usando dinheiro emprestado em um acordo com o Catar.
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