Goldman Sachs recomenda compra para ações da Eletrobras. (Foto: Agência Brasil)
O Goldman Sachs elevou os preços-alvo dos papéis da Eletrobras (ELET3; ELET6), mas reduziu as projeções para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia em 2025 e 2026, após atualizar seu modelo e incorporar um cenário macro atualizado e dados divulgados no balanço da companhia do primeiro trimestre deste ano.
O banco passou a indicar preço-alvo de R$ 50 para ações ON (ELET3) da companhia elétrica, ante os R$ 48 mantidos anteriormente, enquanto o valor para as PN (ELET6) passou de R$ 53 para R$ 56, e as ADRs (recibos que permitem comprar nos EUA ações de empresas não americanas) sofreram ajuste de US$ 8,50 para US$ 8,80.
A equipe de análise afirma que a elevação se deve principalmente à redução das taxas livres de risco no Brasil – com taxas de juros reais de 7,0%, ante os anteriores 7,5% – e à prorrogação do prazo do preço-alvo em três meses.
Mas a atualização também leva em conta dados sobre as diferenças nos preços de energia spot (PLD) entre os submercados energéticos do País; o lucro abaixo do consenso nos primeiros três meses do ano; e o fechamento da venda da maioria das usinas termelétricas da companhia por R$ 2,9 bilhões mais R$ 1,2 bilhão em earn-out (pagamento por metas).
Os analistas Bruno Amorim, Guilherme Bosso e Guilherme Costa Martins, do Goldman Sachs, comentam que os resultados da Eletrobras nos primeiros três meses do ano foram pressionados pelo spread entre os preços spot dos diferentes submercados do País, que alcançaram R$ 100 por megawatt-hora (MWh) no trimestre, tendo chegado a R$ 267/MWh em março. De acordo com eles, 53% da garantia física das hidrelétricas da companhia estão expostas aos submercados Norte e Nordeste, onde os preços são mais baixos, enquanto apenas 26% da demanda proveem dessas regiões.
Goldman reforça recomendação de compra para ações da Eletrobras
Com isso, a equipe incorporou em seu modelo projeções de custos de compra de energia mais elevados em 2025 – de R$ 50/MWh no segundo trimestre e de R$ 43/MWh no terceiro trimestre, conforme estimativas com as estimativas da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O ajuste, juntamente com a incorporação da venda dos ativos termelétricos, levou o Goldman Sachs a reduzir em 15% a estimativa para o Ebitda ajustado em 2025 e em 1% para 2026.
O Goldman Sachs mantém recomendação de compra para Eletrobras. Os analistas citam que os papéis da companhia são negociados com uma das maiores taxas internas de retorno (TIR) reais entre as empresas de setor de serviços públicos cobertas pelo banco, em cerca de 13%.