Edifício sede da Eletrobras no centro do Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Em relatório que aborda a valorização das ações da Eletrobras (ELET3, ELET6) (+13%) desde o anúncio de dividendos de R$ 4 bilhões e das diretrizes para sua metodologia de alocação de capital, o Santander atribuiu o desempenho às expectativas de um retorno significativo ao acionista até 2030.
O banco avalia que a decisão foi “ousada”, uma vez que pressupõe que a empresa deve atingir uma alavancagem de 3,9 vezes a relação dívida líquida/Ebitda em 2025, mas isso irá naturalmente acelerar a reavaliação do preço das ações, semelhante ao que ocorreu com CPFL (CPFE3), Cemig(CMIG4) e Copel(CPLE6) nos últimos anos.
Segundo o relatório, a metodologia de alocação de capital implica em R$ 38 bilhões em dividendos até 2030 (rendimento de 37,8%). Se os preços futuros da energia se concretizarem, esse valor poderia aumentar para R$ 51 bilhões. A maior parte do pagamento de dividendos deve ser concentrada até 2027, na opinião do banco.
Os analistas Andre Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero argumentam que, para os pagamentos de curto prazo, os preços de energia a termo de 1 ano desempenham um papel relevante.
Assim, a próxima temporada de chuvas pesa significativamente na distribuição de dividendos mais próximos. Os principais riscos que poderiam efetivamente reduzir os proventos para a década, na opinião deles, são aumentos nos investimentos em reforços de transmissão.
Mesmo com o salto recente da ação, o Santander aponta que a empresa ainda está sendo negociada com um prêmio de taxa interna de retorno (TIR) em relação aos seus pares, por isso reiteram a recomendação de Outperform (equivalente a compra). O preço-alvo é de R$ 49,14 para a ação PNB e R$ 45,26 para a ON, o que implica um potencial de redução de 3,1% e de 2,2%, respectivamente, ante o fechamento de sexta-feira (8).