Elon Musk vai receber um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões da fabricante de veículos elétricos Tesla (TSLA34), empresa na qual exerce o cargo de CEO. As cifras aprovadas pela empresa são exorbitantes até para um bilionário.
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A título de comparação, Bernard Arnault, do luxuoso grupo LVMH, tem patrimônio estimado em US$ 210 bilhões. Ou seja, Musk deve receber em apenas um bônus pouco mais de 20% de tudo que possui o homem mais rico do mundo, segundo a lista da Forbes.
Se o trabalhador comum brasileiro tentasse chegar à quantia apenas com o que recebe, precisaria viver algumas vezes mais do que é humanamente possível (sem parar de trabalhar). E quem diz isso é a matemática. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 60% dos brasileiros vivem com um salário mínimo (R$ 1,4 mil). Outros 31%, entre um e três salários (até R$ 4,2 mil).
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Se um trabalhador investisse R$ 2,8 mil (ou dois salários mínimos) em um título, rendendo cerca de 10,5% ao ano (taxa atual do Certificado de Depósito Interbancário [CDI]), seriam necessários nada menos do que 136,5 anos para chegar à quantia que caiu no colo de Musk, do dia para a noite. Isso em um cenário absolutamente ideal, em que o investidor pudesse aplicar todo seu salário, sem considerar seus gastos, imprevistos e contratempos.
Dadas as condições surreais da hipótese, algumas simplificações foram feitas. Os cálculos foram realizados por Luis Guingo, planejador financeiro CFP da Planejar.
Entenda o caso
A Tesla aprovou um pacote de remuneração pedido por Musk, no valor de R$ 56 bilhões, na quinta-feira (13) da semana passada. A quantia já havia sido aprovada pelos investidores da empresa em 2018. No entanto, em janeiro deste ano, um juiz do estado de Delaware, sede corporativa da fabricante de carros elétricos, vetou o pagamento, alegando que o valor seria ‘insondável’, além de ‘injusto’ com os acionistas.
Musk decidiu travar uma disputa com o magistrado e promoveu um ‘referendo’ na companhia da qual é CEO. Entre os votos contrários estava o fundo de pensões da Noruega, operado pelo Norges Bank (banco central norueguês).
Com o endosso dos acionistas da Tesla ao pedido do bilionário, não só o bônus astronômico de Musk foi aprovado, como também passou a demanda de transferir a sede corporativa da fabricante de automóveis para o estado do Texas.
