Em um possível aumento no imposto de importação de aproximadamente 12% para 25% dos produtos siderúrgicos, a Usiminas (USIM5) seria a empresa mais beneficiada do setor. Outras usinas como a Gerdau (GGBR4) e Companhia Siderúrgica Nacional , a CSN (CSNA3) também sairiam favorecidas, em um patamar menor, foi o que avaliou o Itaú BBA em relatório. O banco ressalta, contudo, que não trabalha com um cenário de sobretaxa dos importados.
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O BBA realizou uma análise de sensibilidade projetando como um possível aumento de 10% no preço doméstico do aço poderia impactar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das siderúrgicas. Considerando que a alteração seja apenas em relação ao preço, tudo mais constante, o Ebitda estimado em 2024 da Usiminas aumentaria cerca de 60%, ou R$ 1,9 bilhão a mais que o previsto pelo Itaú, o equivalente para a Gerdau provocaria um avanço de 20%, ou R$ 2,2 bilhões incrementais no indicador, e a CSN pode registrar alta de 13%, R$ 1,6 bilhão em valores nominais.
Conforme apontou o Itaú BBA, as siderúrgicas têm falado abertamente sobre a necessidade de aumentar as tarifas de importação para nivelar as condições de concorrência da indústria global. O banco avalia que as importações representaram 21% do consumo aparente de aço no Brasil em 2023, valor classificado como alto na comparação com a média histórica, em 13%. Mesmo reconhecendo a situação, o banco se mantém cético em relação a uma sobretaxa.
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“Notamos também que os grandes consumidores de aço, como as indústrias da construção, automóvel e de produtos da linha branca, provavelmente sofreriam com os preços mais elevados do aço. Além disso, as implicações políticas com os parceiros comerciais do Brasil teriam de ser levadas em consideração. Apesar disso, o momento para uma decisão final sobre o assunto permanece incerto”, afirmaram os analistas da casa, Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.
De acordo com o Itaú, o aumento da tarifa de importação implicaria em mudanças estruturais na indústria siderúrgica nacional. Na avaliação do banco, caso a medida aconteça, seria “muito positivo” para CSN, Gerdau e Usiminas, visto que aumentaria o equilíbrio estrutural da paridade de importação com os preços internacionais. Isto levaria o mercado siderúrgico nacional para dois caminhos possíveis, sendo eles a diminuição nas importações de aço ou um aumento nos preços internos.
“Acreditamos que os players brasileiros escolheriam esta última opção [aumento de preços] para recuperar os níveis de rentabilidade após um período mais difícil para as margens em 2023”, afirmou o banco.