O Dow Jones caiu 0,21% aos 42.051,06 pontos; o S&P 500 avançou 0,10%, aos 5.892,58 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 0,72%, aos 19.146,81 pontos. Os dados são preliminares.
No início da tarde, a Casa Branca anunciou que os EUA assinaram um conjunto de acordos econômicos e comerciais com o Catar que podem movimentar mais de US$ 1,2 trilhão. Ontem, Trump anunciou investimentos de US$ 600 bilhões em parceria com a Arábia Saudita.
As ações da Nvidia subiram 4,1%, após ganhos de 5,6% no pregão anterior, com o anúncio de que a fabricante de chips para IA se unirá à Humain, subsidiária do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, para impulsionar o desenvolvimento da inteligência artificial no país. A parceria inclui a construção de data centers com capacidade de até 500 megawatts.
A Advanced Micro Devices (AMD) ganhou 4,7%, depois que seu conselho aprovou um novo programa de recompra de ações no valor de US$ 6 bilhões. Somado ao plano existente, a fabricante de chips tem autoridade para recomprar cerca de US$ 10 bilhões em ações. A AMD já havia avançado 4% na terça-feira, após o anúncio de que também forneceria semicondutores à Humain.
A Super Micro Computer também voltou a avançar, com salto de 15,7% após ganho de 16% na sessão passada. Analistas da Raymond James iniciaram a cobertura das ações da fabricante de servidores com a recomendação “Outperform” e preço-alvo de US$ 41.
A Palantir Technologies subiu 1,6%. A empresa de análise de dados subiu 8,1% na terça-feira e terminou a sessão com um valor de mercado de US$ 302,3 bilhões, pela primeira vez acima de US$ 300 bilhões.
Juros dos EUA sobem pela terceira sessão consecutiva
Os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos avançaram pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, enquanto os investidores acompanham comentários de autoridades do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e monitoram os desdobramentos da política tarifária do governo Donald Trump em um dia de agenda esvaziada, sem dados econômicos ou leilões de títulos no país.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,056%. O rendimento da T-note de 10 anos tinha alta a 4,533%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,967%.
Os juros dos Treasuries aceleraram alta no início da tarde, especialmente na ponta longa, após a Casa Branca anunciar um acordo de investimentos com o Catar que pode movimentar US$ 1,2 trilhão, durante viagem de Trump ao país.
Para Mark Capleton, do Bank of America, o grande déficit orçamentário dos EUA sugere que os rendimentos dos Treasuries tendem a seguir em alta. O analista aponta para dados que indicam menos interesse de investidores estrangeiros em financiar o déficit americano. A diminuição da demanda reduziria os preços dos Treasuries, elevando seus rendimentos.
O BofA prevê déficits orçamentários crescentes nos EUA, indo de US$ 2 trilhões neste ano para até US$ 2,3 trilhões em 2027. “Esses são números que devem pesar sobre os Treasuries de longo prazo”, diz Capleton. O banco reduziu a sua estimativa para a tarifa efetiva dos EUA e vê consistência na possibilidade de um corte da taxa básica de juros americana para a faixa de 3,5%-3,75%.
A TD Securities aumentou sua previsão para o rendimento dos Treasuries de 10 anos, para 4% ao fim deste ano e 3,5% até o fim de 2026, citando a desescalada comercial, as menores probabilidades de recessão e o adiamento dos cortes nos juros pelo Fed. “A curva de rendimentos provavelmente continuará a se inclinar, à medida que os investidores se preocupam com o orçamento, o prêmio de prazo e a demanda estrangeira”, afirma.
Diana Iovanel, economista sênior da Capital Economics, duvida que o “rendimento dos Treasuries de 10 anos suba muito mais a partir daqui, mesmo que os investidores ainda estejam precificando cortes de juros”. Para ela, apesar da trégua entre EUA e China, “as pressões inflacionárias levarão o Fed a manter a política monetária inalterada por mais um tempo”.
Moedas globais: dólar oscila
O dólar oscila entre perdas e ganhos frente a moedas fortes, pressionado pelos comentários de Donald Trump, que voltou a pedir cortes nos juros após a divulgação de uma inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos. Investidores também acompanham relatos sobre negociações entre EUA e Coreia do Sul, diante da possibilidade de um acordo comercial que pode incluir cláusulas sobre a valorização do won frente ao dólar.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,04%, a 101,039 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 146,87 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1170 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3261.
No mesmo dia em que foi divulgado que a inflação americana subiu 0,2% em abril ante março, Trump declarou que o país está “sem inflação” e reiterou seu apelo para que o Federal Reserve reduza os juros, criticando novamente o presidente Jerome Powell.
“À primeira vista, a queda do dólar após os dados parece lógica, dada a perspectiva de cortes mais rápidos de juros. No entanto, isso também pode refletir o fato de que Trump se sentirá justificado, dado a falta de efeito das tarifas nos dados”, avaliou Thu Lan Nguyen, analista do Commerzbank.
O dólar também foi pressionado após a notícia de que os EUA podem aceitar uma desvalorização da moeda como parte das negociações comerciais, o que assustou o mercado cambial, segundo o BBH. Para o banco, essa sinalização de apoio a um dólar mais fraco pelo governo Trump deve limitar qualquer rali da divisa. A instituição mantém visão cética e projeta pressão sobre o dólar no médio e longo prazos, devido aos impactos das políticas tarifárias na economia americana.
O won sul-coreano desacelerava da máxima vista mais cedo, ainda que sustentasse uma valorização expressiva frente ao dólar após informações da Bloomberg indicarem que autoridades da Coreia do Sul e dos EUA devem continuar as discussões iniciadas em maio, em Milão, sobre políticas cambiais. Às 16h47 (de Brasília), o dólar recuava a 1.406,87 wons sul-coreanos, após mínima de 1.386,28 mais cedo.
Já a libra esterlina chegou a subir em relação ao dólar após o anúncio de que Reino Unido e União Europeia devem fechar um acordo sobre produtos agroalimentares, mas logo depois reverteu o movimento e passou a cair.
*Com informações da Dow Jones Newswires