O Dow Jones subiu 0,35%, aos 40.669,36 pontos; o S&P 500 ganhou 0,15%, aos 5.569,06 pontos; e o Nasdaq teve queda de 0,09%, aos 17.446,24 pontos. No mês, os índices acumulam perdas de 3,1% e 0,76%, respectivamente, enquanto o Nasdaq registra alta de 0,85%. Os dados são preliminares.
Os indicadores recentes reacenderam os temores de recessão. A economia americana encolheu no primeiro trimestre, a pesquisa sobre crescimento do emprego privado em abril apontou desaceleração nas contratações e o índice de inflação (PCE) mostrou desaceleração nos preços.
Segundo relatório do Wells Fargo, o risco de recessão nos EUA hoje é maior do que há um mês. “A interrupção das tarifas introduziu bastante ruído nos principais números de crescimento do primeiro trimestre. O otimismo de consumidores e empresas despencou, à medida que o medo da inflação e da recessão permeia o ambiente econômico”, destacou o banco.
O clima de aversão ao risco, combinado à temporada de balanços, penalizou ações de algumas empresas neste pregão. A Super Micro Computer caiu 13,4% após revisar para baixo suas projeções de receita, puxando junto a Nvidia, que recuou 0,09%. A Starbucks decepcionou com seus números do segundo trimestre fiscal, com queda de 5,66% nas ações. Já a Tesla caiu 3,38% após seis sessões consecutivas de alta.
A empresa de reservas de hospitalidade Booking Holdings (+3,8%), que chegou a operar no negativo, virou para o positivo após divulgar vendas e lucro por ação acima das expectativas no primeiro trimestre.
O foco agora se volta para os balanços que serão divulgados após o fechamento do mercado, com destaque para Microsoft, Meta Platforms, Qualcomm, Robinhood e eBay.
Juros dos EUA operam sem direção
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos seguiam sem tendência definida no fim da tarde desta quarta-feira, encerrando um dos meses mais tumultuados para a dívida pública americana nos últimos tempos. Em uma sessão de relativa calmaria, os Treasuries reagiram a uma série de dados ambíguos sobre a economia americana e ao comunicado trimestral de refinanciamento do Departamento do Tesouro dos EUA.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,597% e o rendimento da T-note de 10 anos recuava para 4,157%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,687%.
A estimativa preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do primeiro trimestre apresentou queda anualizada de 0,3%, mas o resultado foi atribuído ao aumento das importações, já que a demanda subjacente permaneceu forte. O mercado da dívida pública americana absorveu ainda a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que recuou em março ante fevereiro, embora economistas ainda temam que as tarifas voltem a acelerar os preços para o consumidor americano. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed). Uma projeção pessimista do relatório de empregos privados da ADP sinalizou um levantamento oficial fraco sobre o mercado de trabalho em abril, que será divulgado na sexta-feira.
Para os operadores de títulos, entretanto, o destaque do dia foi o anúncio de que o Departamento do Tesouro dos EUA não pretende ajustar os tamanhos dos leilões de dívida no futuro próximo. Em relatório divulgado hoje, o departamento explica que os tamanhos atuais estão “bem posicionados para lidar com potenciais mudanças na perspectiva fiscal” e o ritmo de futuras retiradas do Sistema Conta de Mercado Aberto (SOMA, na sigla em inglês).
Moedas globais: dólar avança
O dólar avançou frente às principais moedas globais nesta quarta-feira, após dados decepcionantes do Produto Interno Bruto (PIB) e do mercado de trabalho nos Estados Unidos reacenderem temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo, favorecendo ativos considerados mais seguros, como a moeda americana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, avançou 0,23%, para 99,468 pontos. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar subia para 142,89 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1341 e a libra esterlina era negociada em baixa, a US$ 1,3342.
A divulgação de uma contração de 0,3% no PIB do primeiro trimestre de 2025, juntamente com a criação de apenas 62 mil empregos no setor privado em abril, abaixo das expectativas, elevou as preocupações com uma possível recessão na economia americana. Os números de emprego, em especial, já refletem os efeitos negativos decorrentes da guerra de tarifas deflagrada pelo presidente Donald Trump, afirma Reginaldo Galhardo, gerente da corretora Treviso.
O dólar parece estar sobrevendido e deve passar por um período de consolidação no curto prazo, dizem em nota os analistas do UBS Global Wealth Management. “É improvável que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, seja substituído, e o Fed tem adotado uma postura cautelosa em relação aos cortes de juros, enquanto outros bancos centrais estão afrouxando suas políticas”, afirmam.
No médio prazo, no entanto, a tendência de enfraquecimento do dólar pode retornar. A economia dos EUA provavelmente desacelerará mais do que a de outras regiões, os déficits fiscais elevados ganharão mais atenção e o Fed pode retomar os cortes de juros ainda este ano, dizem os analistas.
Para Axel Botte, estrategista da Ostrum Asset Management, o dólar não perderá tão cedo seu status de moeda de reserva global, mas as tarifas dos EUA podem reduzir sua dominância ao longo do tempo. “Embora o dólar seja a moeda dos mercados financeiros, uma parcela crescente do comércio global está sendo denominada em yuan”, afirma.
*Com informações da Dow Jones Newswires