Publicidade

Tempo Real

Veja o fechamento das Bolsas de NY, dólar, juros dos EUA e bitcoin hoje

Perspectivas para a política monetária nos EUA e para o governo Trump estiveram no radar da sessão

Veja o fechamento das Bolsas de NY, dólar, juros dos EUA e bitcoin hoje
Bolsas de NY (Foto: Adobe Stock)

As bolsas de Nova York voltaram a fechar sem sintonia nesta terça-feira (14), com o Nasdaq em queda pressionado pela apreensão sobre a perspectiva para a taxa básica de juros nos Estados Unidos e medidas do governo de Donald Trump, que assumirá a Casa Branca na próxima semana. O dólar também operou em baixa ante a maioria das moedas, assim como os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries). O bitcoin, por outro lado, operou em alta.

Os índices seguiram acompanhando o rumo dos rendimentos dos Treasuries, após terem reagido com alívio ao índice de preços ao produtor (PPI) mais benigno em dezembro. As ações da Meta despencaram após notícia de que a empresa planeja cortar 5% de seus trabalhadores com base no desempenho nos Estados Unidos.

O índice S&P 500 fechou em alta de 0,11%, a 5.842,91 pontos. Já o Dow Jones teve alta de 0,52%, a 42.518,28 pontos. O Nasdaq teve uma direção destoante e caiu 0,23%, aos 19.044,39 pontos.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Os juros projetados pelos Treasuries de longo prazo seguiram pressionados, diante da pressão vendedora que age sobre os papéis de renda fixa desde as eleições americanas em razão da apreensão sobre políticas expansionistas e gastos. Já o PPI deu um certo alívio para as taxas curtas na véspera da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro nesta quarta-feira, que pode dar munição adicional para o mercado reconfigurar as apostas para a taxa de juros nos EUA. Entre as ações individuais, a Meta caiu 2,31%. O CEO, Mark Zuckerberg, disse que as demissões são necessárias à medida que a empresa desenvolve “as tecnologias mais importantes do mundo”.

Os papéis da Apple perderam 0,48% em meio a notícias de que a China reforçou os controles de exportação, atrasando o envio de equipamentos e materiais de produção para países como Vietnã e Índia. A medida que afeta empresas como a Apple, que buscam reduzir a dependência da manufatura chinesa e evitar tarifas dos EUA. A Nvidia caiu 1,1%, ampliando a queda de 2% de segunda-feira depois que o governo Biden delineou novas regras que impõem limites sobre quantos chips avançados de IA podem ser exportados para determinados países. As ações da Eli Lilly caíram 6,59% depois que a fabricante de medicamentos apresentou uma perspectiva decepcionante de receita para o quarto trimestre, citando um crescimento mais lento do que o esperado nas vendas de seus medicamentos para perda de peso, o Zepbound e Mounjaro.

Moedas globais: dólar recua

O dólar operou em baixa ante a maioria das moedas, após um período de altas da moedas americana, que levou o índice DXY, que mede o ativo ante seis pares, a operar acima dos 110 pontos. O cenário foi impulsionado pelas perspectivas de o Federal Reserve (Fed) manter uma política mais restritiva ao longo de 2025, e, nesta condição, a divulgação de indicadores de inflação nos Estados Unidos hoje ofereceu uma visão de potencial flexibilização da postura da autoridade. Além disso, as chances de as tarifas do presidente eleito Donald Trump serem impostas de maneira mais gradual, algo sugerido por uma reportagem da Bloomberg, elevou o apetite por riscos do mercado.

No fim da tarde em Nova York, o dólar tinha alta a 157,97 ienes, o euro subia a US$ 1,0307 e a libra avançava a US$ 1,2206. O índice DXY fechou em baixa de 0,62%, a 109,273 pontos.

O aumento mais modesto do que o esperado no Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e a estabilidade do núcleo em dezembro foram avaliados como “encorajadores” pela Capital Economics. “No entanto, esses números mascaram saltos de preços em alguns componentes-chave que impactam diretamente o indicador preferido de inflação do núcleo PCE pelo Fed”, pondera a consultoria.

Publicidade

Na visão do UBS, os dados econômicos dos EUA deverão permanecer fortes no curto prazo. “Em outros lugares, notícias econômicas tem sido mistas, permanecendo as perspectivas de crescimento para a Europa moderadas. Onde a incerteza interna surgiu nas últimas semanas, incluindo na União Europeia (crescimento e política) e no Reino Unido (fiscal), esta foi acompanhada por fraqueza monetária”, aponta o banco, que diz que a potencial divergência da política monetária poderá empurrar o dólar para cima no curto prazo.

“Ainda esperamos que o Fed reduza as taxas duas vezes neste ano, num total de flexibilização de 50 pontos base, mas não esperamos estas reduções antes do segundo trimestre. Em contrapartida, esperamos que o Banco Central Europeu (BCE) reduza as taxas em 100 pontos base no primeiro semestre do ano. A divergência política é um poderoso impulsionador das moedas, o que leva a tendências nos mercados cambiais e ao potencial de ultrapassagem das taxas de câmbio”, conclui o UBS.

Hoje, o Banco Central da Argentina ajustou o regime cambial, após a divulgação de dado de inflação ao consumidor. Em comunicado, a autoridade monetária informou que, a partir de 1° de fevereiro, permitirá a desvalorização mensal de 1% do peso argentino, como parte do sistema conhecido como “crawling peg”. Até então, o ritmo de depreciação era de 2%. Segundo a nota, a decisão reflete a consolidação da trajetória inflacionária nos últimos meses e a expectativa de contínua baixa à frente.

Treasuries recuam

Os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) de curto prazo cederam, após o índice de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ficar abaixo do esperado. O indicador antecede a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nesta quarta-feira. As taxas longas subiram, com o T-Bond de 30 anos voltando a tocar 4,97%.

No fim da tarde, perto do horário de fechamento da Bolsa de Nova York, o retorno da T-note de 2 anos tinha baixa 4,362%. O rendimento de 10 anos estava em baixa a 4,784%. O juro do título equivalente de 30 anos estava em 4,970%. As taxas de curto prazos deram uma pausa na sequência de altas após o PPI abaixo do esperado. O movimento, contudo, era limitado pela expectativa em relação ao CPI.

Publicidade

Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast estimam que o índice terá variação de 0,3% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com a mediana de 25 projeções coletadas. Na taxa anual, a previsão mediana é de alta de 2,9% no período. Caso se confirme, o resultado marcará uma repetição da variação observada em novembro, quando o CPI avançou 0,3% em base mensal. No comparativo anual, indicará uma aceleração ante a variação de 2,7% em novembro.

Para a BMO Capital, os títulos do Tesouro permanecem sob pressão e o viés de ampliação da inclinação da curva está inquestionavelmente intacto. Embora a curva entre os títulos de 2 anos e 10 anos tenha tido provavelmente um período de consolidação que poderá ainda estar em curso, a realidade é que as maiores incertezas em termos de inflação e oferta permanecem distantes no horizonte macro. Além do regresso de Trump à Casa Branca na próxima semana, o mercado está atento aos movimentos do Departamento do Tesouro.

Outro vetor que deu alívio às taxas curtas foi a queda do petróleo, com a iminência da finalização de um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, o que contribuiu para pressionar os preços.

Criptomoedas avançam

O bitcoin operou em alta, depois de o ativo chegar a ser pressionado e ficar abaixo do nível simbólico dos US$ 90 mil. Sem novos catalisadores, o mercado vem operando com grande atenção às perspectivas para a política monetária do Federal Reserve (Fed). Nos últimos dias, as chances de um maior aperto pela autoridade vinham pressionando o ativo, mas, hoje, indicadores mostrando alívio na inflação ao produtor dos Estados Unidos ofereceram um panorama de maior relaxamento pelo banco central.

Segundo a Binance, o bitcoin avançava 4,92%, a US$ 96.664,91, por volta das 17h00 (de Brasília). Já o ethereum subia 6,25%, a US$ 3.214,74.

Publicidade

O Índice de Sentimento do Mercado Cripto subiu para 63 no último dia (um número abaixo de 50 reflete um sentimento mais baseado no medo, enquanto um número acima de 50 é mais baseado na expectativa de ganho), apontou o analista Alex Kuptsikevich na terça-feira. “O índice tem caído desde o final de novembro, mas a queda no final da semana passada pode muito bem ter sido o mínimo para o mercado”, acrescentou.

Nos últimos meses, o otimismo dos investidores em criptografia em relação ao futuro dos ativos digitais disparou quando Donald Trump ganhou um segundo mandato na Casa Branca e prometeu tornar os EUA a capital criptográfica do mundo. No entanto, desde meados de dezembro, esse otimismo foi posto à prova, quando o Federal Reserve (Fed) sugeriu menos cortes nas taxas em 2025, e um relatório sobre o emprego na sexta-feira mostrou que o mercado de trabalho parecia forte e a inflação ainda estava acima da meta de 2% do banco central.

Isso não impediu a MicroStrategy, a empresa de software que é a maior detentora corporativa de bitcoin do mundo, de aumentar sua participação na moeda digital. Entre 6 e 12 de janeiro, comprou 2.530 Bitcoins por US$ 243 milhões. A MicroStrategy agora possui cerca de 450.000 tokens, equivalentes a US$ 43,35 bilhões a preços atuais.

O Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, realizou sua primeira compra à vista de Bitcoin. O banco adquiriu aproximadamente 1 milhão de euros da criptomoeda. A compra foi realizada na segunda-feira, com o banco adquirindo 11 Bitcoins, de acordo com Niccolò Bardoscia, chefe de negociação e investimentos em ativos digitais do banco. Bardoscia revelou a informação em um e-mail interno, que posteriormente apareceu no fórum online 4chan.

Publicidade