(Gabriel Caldeira, Estadão Conteúdo) — Caso o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) seguir as projeções mais recentes do Federal Reserve – que estima moderação para alta anual de 4,3% no quatro trimestre de 2022 e desaceleração à meta de 2% em 2023 e 2024 – o juro terminal do atual ciclo de aperto monetário ficará ao redor de 4%, segundo avaliação do diretor do BC americano Christopher Waller.
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O dirigente, porém, alertou que o cenário atual é de alta incerteza e não é possível confiar com certeza nas projeções de junho. Caso a inflação surpreenda em alta e não modere significativamente ao fim deste ano, o juro básico nos EUA precisará “bem acima” de 4%, disse Waller. Ao mesmo tempo, caso a inflação melhore além do esperado, é possível que o juro suba a um pouco menos do que 4%, acrescentou.
De qualquer forma, Waller ressaltou que a taxa dos Fed funds precisará ser elevada a um nível “significativamente acima da taxa neutra”, a que não estimula nem comprime a atividade. Segundo o diretor do BC dos EUA, é preciso fazer isso para evitar uma desancoragem das expectativas inflacionárias, em especial as de longo prazo, que subiram “apenas um pouco” – sinal de que há confiança na política monetária do Fed, argumentou.
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Outro ponto de atenção deve ser os salários nominais, que têm subido rapidamente, destacou Waller. Quanto à atividade, o banqueiro central disse que já há sinais de desaceleração nos EUA, algo que o Fed deseja para moderar os preços. Ao mesmo tempo, os dados recentes de emprego “enterraram mais” o argumento de que o país está em recessão, avaliou. “Enquanto a taxa de desemprego ficar abaixo de 5%, podemos ser muito duros” no combate à inflação”