Eletrobras (ELET6) e Copel (CPLE6) são as empresas elétricas mais expostas aos baixos preços da energia observados atualmente, tendo em vista os grandes volumes de energia descontratada que essas companhias possuem, destacou há pouco o diretor da área de Finanças Corporativas da Fitch Ratings, Wellington Senter.
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No caso da Eletrobras, 60% de sua capacidade de geração de energia em 2026 ainda precisa ser vendida, porcentual que sobe para 70% em 2027. “A Eletrobras sempre tem números muito superlativos, a capacidade descontratada alcança quase 10 gigawatts (GW), o que corresponde à capacidade de Engie, AES e Auren juntas”, disse, durante webinar promovido pela agência de avaliação de risco sobre o cenário de crédito para o Setor Elétrico Brasileiro.
Já na Copel, a exposição é um pouco menor, chega a 40% em 2026 e a 50% em 2027. Além disso, Senter destacou que a Copel possui atividade importante no segmento de distribuição, o que dilui o peso deste momento adverso no segmento de geração. Senter também comentou que o perfil da companhia mais conservador colabora para uma melhor visão da companhia, a despeito da descontratação.
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No caso da Eletrobras, a elevada descontratação motivou a revisão da perspectiva do rating BB- de estável para negativa no ano passado. A visão da agência é que essa carteira, em meio a um cenário de preços adverso, dificulta movimentos de desalavancagem.
Além da Eletrobras, apenas mais duas empresas do setor elétrico têm observação negativa: Serena (SRNA3), a ex-Omega, por causa de R$ 2,6 bilhões em vencimentos de curto prazo, e a termelétrica Norte Fluminense, cujo contrato vence no fim do ano.