O conselho de administração da Gafisa (GFSA3) aprovou a proposta do ESH Theta para a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em 7 de fevereiro de 2024, às 17h, a fim de deliberar sobre a suspensão do exercício dos direitos políticos de fundos de investimentos vinculados a Nelson Tanure até a publicação de edital de oferta pública de aquisição de 100% das ações da companhia.
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Contudo, membros do conselho de administração da Gafisa “registraram sua indignação perante as alegações do ESH Theta contidas no pedido de convocação”, durante reunião do conselho realizada na última quarta-feira (3), segundo ata enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os membros do conselho “destacaram, ainda, terem sido legitimamente eleitos na Assembleia Geral Ordinária da Companhia realizada em 28 de abril de 2023, com voto de acionistas representando 74% do total de ações presentes à Assembleia Geral em questão, e estarem no curso regular de seu mandato, rechaçando atitudes que visem a coibição da vontade social manifestada no bojo da assembleia na qual foram eleitos”, segundo a ata.
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Em 27 de dezembro, a acionista ESH Master Theta Fundo de Investimento Multimercado, fundo de investimento representado pela Esh Capital Investimentos, que detém mais de 3% do capital votante da Gafisa, pediu a convocação de uma AGE mencionando que fundos vinculados a Tanure atingiram participação acionária acima de 30% do capital social da Gafisa, descumprindo a obrigatoriedade de
lançamento de oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas.
Os veículos mencionados no edital de convocação da AGE, divulgado nesta quinta, são Planner Corretora de Valores S.A., MAM Asset Management Gestora de Recursos Ltda., Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. e Banco Master S.A., bem como os acionistas Estocolmo FIM CP, Taurus FIM CP IE, Albali FIM CP, Bellatrix FIM IE, Acasawaffle FIM CP, KORV Seguradora, KORV Capitalização, Guilherme Luis Pesenti e Silva, Renata Yamada Burkle, João Paulo Jabour Brunet, GBI Capital, Jaburá FIA, Adeodato Arnaldo Volpi Netto, Luis Fernando Garzi Ortiz, Sheyla Castro Resende e outros fundos de investimento que tenham vinculação ou atuem representando interesse comum aos de Tanure.
Segundo o edital, a AGE também deve deliberar sobre a destituição dos atuais membros do conselho de administração da Gafisa e a eleição de novos membros do conselho, com mandato unificado de dois anos. Assim, a Esh trouxe novamente à tona a acusação de que Tanure exerce o controle da Gafisa por meio de uma rede de veículos de investimento e estruturas societárias cuja titularidade é omitida do mercado.
Segundo a Esh, esses veículos têm, juntos, uma fatia maior que 30% na companhia. Caso isso seja comprovado, o grupo de Tanure terá que fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA), conforme previsto no estatuto social da companhia. Essa mesma reivindicação foi levada pela Esh à CMV em março de 2023, mas o caso ainda não teve uma conclusão.
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