O diretor de Política Monetária do Banco Central e indicado à presidência da instituição a partir de 2025, Gabriel Galípolo, afirmou há pouco que, se um dia houver pressão do Palácio do Planalto sobre como coordenar a política monetária, terá coragem para conduzir a Selic de acordo com critérios técnicos.
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Ele falou sobre o tema quando questionado pelo senador Oriovisto Guimarães sobre o que faria caso se encontre na mesma situação em que o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, relatou ter estado em seu livro ao receber um pedido de corte de juros pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Galípolo fala durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Galípolo disse que, desde que assumiu a diretoria, já votou pelas três opções possíveis que um gerador de política monetária pode fazer. “Mas eu estaria me vangloriando falsamente ao dizer que eu tive coragem. A verdade é que eu nunca sofri nenhuma pressão, a verdade é que eu jamais sofri… seria muito leviano da minha parte dizer que o presidente fez qualquer tipo de pressão”, afirmou.
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O senador insistiu, voltando a questionar sobre a hipótese de um dia um episódio como esse acontecer. “Terei a coragem, obviamente, porque, primeiro, é o mandato legal do Banco Central e, segundo, todos os pedidos e recomendações dos senhores foram de me assegurar, me asseverar dessa liberdade”, argumentou.
Segundo o diretor, caso agisse de outra forma, teria dificuldade para explicar para si mesmo as decisões. “A todo momento, todas as decisões que eu tomei na minha vida, inclusive no Banco Central – eu durmo muito bem graças a isso -, são sempre decisões de acordo com a minha consciência, e a minha obrigação é tomar essas decisões de acordo com o que é melhor para a população brasileira”, garantiu.
Galípolo insistiu que as decisões que tomou até aqui foram definidas em cada ocasião tendo em vista as formas mais acertadas. “Agora e no futuro eu assumo aqui o compromisso de continuar nessa posição.”