O debate sobre juros é normal e seria ingênuo alguém achar que não se reproduzisse no campo político, disse há pouco o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, ao participar nesta sexta-feira (1) do Expert XP 2023, evento sobre investimentos.
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Galipolo fez esta afirmação ao ser perguntado como viu a reação da autoridade monetária às muitas críticas à sua política de juros, principalmente, as tecidas pelo presidente Lula. Um dos vocalizadores das críticas do Planalto à política monetária do BC era o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a que quem Galípolo, agora diretor do BC, respondia, sendo o segundo da Fazenda como secretário-executivo.
“Debate sobre juros é normal e seria ingênuo achar que não existe debate político”, disse o diretor do BC.
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Galípolo ponderou que com a facilidade de comunicação pelas redes sociais atualmente, os comunicados do BC, bem como a condução da política monetária, que eram restritos a grupos mais especializados, agora viraram objetos de debate por todo mundo. “A ata do Copom virou discussão da escalação da Seleção Brasileira e o fato de todo mundo discutir Copom é um forma de democratizar o debate. É saudável”, disse o diretor de Política Monetária do BC.
Ele contou que durante o último Copom, quando estreou como diretor da autarquia, os diretores reiteravam o tempo todo que as críticas feitas ao BC pelo presidente da República eram legítimas. Outro ponto destacado por Galípolo durante sua fala no evento da XP foi que, mesmo com entrada dos novos diretores – ele é um deles ao lado de Ailton Aquino -, os debates no âmbito do Copom permanecem técnicos.
Ao falar sobre as futuras trocas de mais dois diretores no board do BC, Galípolo disse que vai observar como eles vão se comportar, mas insistiu que os debates dentro do colegiado são e continuarão sendo pautados por critérios técnicos. Ele aproveitou para agradecer todo o corpo técnico do BC e aos seus colegas diretores pela boa recepção dispensada principalmente a ele já que Aquino já era funcionário de carreira da autarquia.