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Genial: ações da Casas Bahia podem ter pressão negativa, mas recuperação extrajudicial é boa

A proposta envolve todas as quatro debêntures da companhia (6ª, 7ª, 8ª e 9ª emissão)

Genial: ações da Casas Bahia podem ter pressão negativa, mas recuperação extrajudicial é boa
(Foto: Márcio Fernandes/ Estadão)

A Genial Investimentos considera que o pregão desta segunda-feira pode trazer uma pressão negativa às ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) após a varejista entrar com pedido de recuperação extrajudicial, com o mercado acompanhando o risco de diluição dos acionistas no cenário onde os credores optem pela conversão da dívida em equity. Contudo, o plano em si é avaliado positivamente pela casa, por endereçar os problemas relacionados ao alto custo de dívida da companhia.

“Entendemos que este plano é, sem dúvidas, um evento positivo para a companhia, uma vez que endereça os problemas relacionados ao alto custo de dívida da companhia.

Com uma redução de despesas financeiras no valor de R$ 60 milhões por ano, o grupo deve continuar seus esforços no Plano de Transformação 2025 anunciado no ano passado”, ponderam os analistas Iago Souza e Nina Mirazon, em relatório.

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Ambos destacam que para tornar a operação mais atraente para os credores, uma parte da segunda série (63% do total) poderá ser convertida em equity dentro de um período de 18 a 36 meses após a conclusão da operação.

Diferente de uma recuperação judicial, a recuperação extrajudicial possui maior agilidade, menor burocracia e custos reduzidos para a companhia. “E, o mais importante, tem um escopo limitado (6ª, 7ª, 8ª e 9ª emissão de debêntures e CCB) – não impactando as demais dívidas da companhia”, dizem os analistas.

A proposta envolve todas as quatro debêntures da companhia (6ª, 7ª, 8ª e 9ª emissão), além das Cédulas de Crédito Bancária que o grupo possui com o Bradesco e Banco do Brasil.

O plano já nasce pré-aprovado, uma vez que cerca de R$ 2,2 bilhões (de um total de R$ 4,1 bilhões) está nas mãos de bancos parceiros (quase 55% do quórum). Se adicionarmos o volume nas mãos de Assets de bancos parceiros, que provavelmente devem dar aval positivo, o quórum chegaria a quase 67%.

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Em termos jurídicos, a aprovação do plano precisaria de um quórum mínimo de credores de 50%+1.

Com a aprovação do plano, o prazo médio de amortização deve passar de 22 meses para 72 meses.

Com isso, o desembolso de caixa até 2027 passará de R$ 4,8 bilhões para cerca de R$ 500 milhões.

“Além de dar maior segurança contra a volatilidade do mercado no médio prazo, a carência de juros de 24 meses e do principal de 30 meses devem fornecer um alívio para que os managements da companhia foquem nas alavancas operacionais do Plano de Transformação 2025”, avalia a Genial Investimentos.

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Atualmente, o custo médio das dívidas é de CDI + 2,75%. Após a reestruturação, haverá apenas uma debênture com duas séries: uma com uma taxa de CDI + 1,5% e a outra com CDI + 1%.

A Genial Investimentos reitera recomendação neutra para as ações do Grupo Casas Bahia, mas coloca o preço-alvo “em revisão”.