Fachada de uma unidade de atendimento da Hapvida (HAPV3), em Fortaleza (CE) (Foto: Rebeca Soares/repórter do E-Investidor)
A perda de R$ 2,4 bilhões em valor de mercado que a Hapvida(HAPV3) teve nos últimos dias é incompatível com a real perda que a empresa terá com os processos e custos de sinistralidade, disseram analistas da XP Investimentos em relatório divulgado na tarde deste domingo (21).
Na semana passada, as ações da Hapvida caíram 7% após a divulgação pelo Estadão da investigação aberta pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) contra a empresa.
O grupo é acusado de descumprir sistematicamente decisões judiciais favoráveis aos seus beneficiários, que mesmo com liminares não conseguem acesso a tratamentos para doenças graves. Há casos de pacientes que, segundo familiares, morreram após a recusa da empresa em oferecer tratamento de urgência garantido pela Justiça.
No entanto, os especialistas comentaram que o temor do mercado sobre essa temática é muito maior que o dano real e o cenário “não é tão assustador de perto”. “De acordo com as demonstrações financeiras da Hapvida, os processos cíveis com risco provável ou possível somam R$ 2,3 bilhões, dos quais apenas R$ 1 bilhão está diretamente relacionado aos beneficiários”, explicam Rafael Barros e Raphael Elage, que assinam o relatório da XP. “Em suma, consideramos a queda como incompatível com a perda potencial e, portanto, reiteramos a nossa recomendação de compra para a ação em meio a essa desvalorização”, concluem os analistas.
A XP Investimentos calcula que o papel pode encerrar 2024 cotado a R$ 5, uma potencial alta de 41,8% na comparação com o fechamento de sexta-feira (19).