HSBC mantém recomendação de manter para Ambev (ABEV3), reitera preço-alvo de R$ 14 e alerta que recuperação da Skol será crucial para retomada do segmento mainstream. (Imagem: Envato Elements)
O HSBC manteve a recomendação de “manter” para Ambev (ABEV3) e reiterou o preço-alvo de R$ 14, observando que, embora a companhia seja “muito melhor do que em 2020”, o retorno do crescimento de volume no segmento mainstream, sobretudo no Nordeste, tem demorado mais que o esperado e continua a pesar sobre o desempenho da ação. O valor representa 12,35% de potencial valorização frente ao último fechamento do papel (R$ 12,46).
Segundo o banco, seis das sete principais marcas da cervejaria registram algum avanço, mas a Skol – responsável por 75% de suas vendas no Norte e Nordeste – segue em queda, cenário que arrastou o volume total de cerveja no País a um recuo de 4% no primeiro semestre de 2025. A origem do problema remonta a 2021, quando a Ambev elevou a Brahma à condição de “megamarca” nacional, destinando-lhe 80% da verba de marketing da categoria mainstream; a Skol perdeu visibilidade e ainda foi preterida no aplicativo de pedidos da companhia, que priorizava a Brahma como sugestão aos pontos de venda.
Para reverter esse quadro, a empresa lançou neste ano um novo plano: Skol reassume o papel de megamarca no Norte, enquanto a Brahma continua liderando o Sul, região onde concentra 70% de seu volume e segue estável. O orçamento de marketing da Skol foi elevado em cerca de 20%, e a gestão sustenta que o “líquido fácil de beber” permanece sendo a característica mais valorizada pelo consumidor nordestino.
O HSBC elogia a transformação iniciada em 2021. A casa vê a Ambev mais próxima de um modelo de desenvolvimento de mercado centrado em consumidores e clientes, sustentado por dados e ferramentas digitais, a ponto de classificar sua plataforma B2B e DTC como “a mais avançada da indústria global de bebidas alcoólicas”. O foco em Corona e Spaten é citado como bem-sucedido no segmento premium, mas, na avaliação do banco, essas marcas não bastam para impulsionar o core business de cervejas mainstream em todo o País.
Apesar dos avanços de cultura – maior colaboração interna e relacionamento menos “soma zero” com o varejo –, o grande teste será a recuperação da Skol. O HSBC lembra que há pouca evidência de viradas sustentáveis em marcas de massa após anos de declínio, citando apenas o caso isolado da Carling Black Label na África do Sul. Caso o esforço fracasse, o mercado pode manter as ações em compasso de espera ou, em cenário extremo, a controladora AB InBev poderia “limpar” o free float da Ambev e concluir a reestruturação, movimento que, segundo o relatório, beneficiaria prioritariamente os acionistas da matriz.
O preço-alvo de R$ 14 embute múltiplos de 14,8 vezes lucro e 6,8 vezes EV/Ebitda projetados para 2026, refletindo, na visão do banco, a necessidade de que a companhia “mostre” resultados concretos em volume mainstream para justificar qualquer re-rating de mercado.
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