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IBGE: 8 das 24 atividades têm altas de preços no IPP de agosto

Deflação no setor industrial em agosto foi a taxa mais negativa desde o início da série histórica do IPP

IBGE: 8 das 24 atividades têm altas de preços no IPP de agosto
Volkswagen e Mercedes-Benz suspendem atividades dos trabalhadores. (Foto: Werther Santana/Estadão)

A queda de 3,11% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em agosto foi decorrente de recuos em 18 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas oito tiveram aumentos, embora três deles muito próximos da estabilidade.

A deflação registrada no setor industrial em agosto foi a taxa mais negativa desde o início da série histórica do IPP, em 2014.

“O menor resultado antes dos -3,11% de agosto, havia sido em novembro de 2018, -1,62%. Nos últimos 37 meses, período que engloba o da pandemia, só houve dois resultados negativos: o atual e o de dezembro de 2021, -0,08%. O que em grande parte explica a redução, por um lado, é a apreciação real frente ao dólar em agosto, que impacta negativamente tanto os preços das importações quanto os das exportações”, explicou Alexandre Brandão, gerente do IPP no IBGE, em nota.

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Segundo Brandão, também houve influência da redução das cotações do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional, uma vez que esses produtos têm um efeito em cascata em boa parte da indústria.

“A queda do óleo bruto de petróleo terá efeito direto no refino e em outros produtos químicos; além dos efeitos indiretos em outras cadeias com a queda nos preços dos combustíveis. Já o minério de ferro, quando os preços caem, afeta os setores de metalurgia, particularmente siderurgia, que, por sua vez, alcançará setores como os de produção de veículos e eletrodomésticos”, completou Brandão.

No mês de agosto, as maiores quedas de preços ocorreram nas indústrias extrativas (-14,18%), refino de petróleo e biocombustíveis (-6,99%), metalurgia (-3,91%) e alimentos (-3,74%). Por ordem de contribuição para o resultado final, a maior influência negativa foi de refino -0,95 ponto porcentual, seguido por alimentos (-0,88 ponto porcentual), indústrias extrativas (-0,79 ponto porcentual) e metalurgia (-0,25 ponto porcentual).

No caso de alimentos, houve trégua no segmento de laticínios após meses de altas.

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“Além da redução da demanda, houve importação desses produtos. Além disso, em outros segmentos, houve, por exemplo, uma maior oferta de carne de frango, fazendo o preço cair”, acrescentou Brandão.

O IBGE frisou ainda que a queda dos preços industriais não tem qualquer efeito do corte do ICMS, uma vez que os preços informados ao IPP são livres de impostos.

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