Os preços de veículos “na porta das fábricas” ficaram 0,93% mais caros em junho, o 24º mês seguido de alta, mostram os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos dois anos de inflação dos carros, os preços subiram 30,79%.
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A inflação ininterrupta se dá em meio ao travamento das cadeias globais de produção, causado por gargalos logísticos do comércio internacional e pela escassez de insumos, como microchips, ambos associados aos desequilíbrios econômicos provocados pela pandemia de covid-19, e reforçados pela guerra na Ucrânia.
“Vale lembrar que, durante esse período, o setor tem observado um aumento de custos em sua cadeia produtiva, em especial de insumos eletrônicos, por conta da crise de semicondutores”, diz a nota do IBGE.
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O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. A inflação de bens industriais é global, se espalha por praticamente todos os países, e ocorre após décadas de preços comportados, na esteira da escalada da produção industrial da China e seus países vizinhos na Ásia. A indústria automotiva tem sido uma das mais afetadas, por causa da quantidade de componentes embarcados nos carros.
Especificamente em junho, quatro produtos responderam por 0,83 ponto porcentual da alta de 0,93% da indústria de veículos automotores, informou o IBGE. São eles “sistemas de marcha e transmissão para veículos automotores”, “automóvel passageiro, a gasolina ou bicombustível”, “caminhão-trator, para reboques e semirreboques” e “peça sist. direção/suspensão para veíc. automotor exc. mola”. O grupo econômico “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários” apresentou, em junho, variação de 0,52% frente a maio, também o 24º resultado positivo consecutivo.