Últimas notícias

Ibovespa segue exterior positivo e sobe 2,04%, aos 100,7 mil pontos

Na semana, o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,79%, elevando a retomada do mês a 2,22%

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (26) na maior série de quedas em seis anos. Foto: Envato Elements.

Por Luís Eduardo Leal – Sem muitas novidades na agenda do dia, o Ibovespa navegou a retomada do apetite por risco desde o exterior nesta quinta-feira, com os mercados ainda digerindo os sinais emitidos ontem à tarde pela ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve. Sem menções do Fed a risco de recessão iminente, os investidores buscaram descontos em ações, tanto aqui como nos Estados Unidos e na Europa. Amanhã, a atenção se volta à nova leitura sobre a economia americana em junho, com a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho como a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução do ganho salarial médio.

No Brasil, será conhecido o IPCA de junho. Nesta véspera de dados importantes, o Ibovespa não apenas conseguiu retomar o nível de 100 mil pontos pela primeira vez desde o fechamento do último dia 28, como também encontrou fôlego, no meio da tarde, para chegar aos 101 mil, nas máximas da sessão. Perto do fim, moderou o avanço do dia a 2,04%, a 100.729,72 pontos, entre mínima de 98.721,51, da abertura, e máxima de 101.420,24, com giro em recuperação, a R$ 29,4 bilhões no fechamento desta quinta-feira.

Na semana, o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,79%, elevando a retomada do mês a 2,22% – no ano, limita a perda a 3,90%. Em porcentual, o ganho de hoje chegou a parecer que seria o maior desde o dia 9 de março (+2,43%), tendo superado também, nos picos da sessão, o do fechamento de 27 de junho (+2,12%) quando, saindo como nesta quinta-feira de abertura a 98 mil, o Ibovespa recuperou a linha de 100 mil que havia sido perdida na sessão anterior (24). Em parte da tarde, o índice parecia a caminho mesmo de seu maior ganho diário em porcentual no ano – e que seria também o mais alto desde 2 de dezembro passado, quando subiu 3,66%.

Preencha os campos abaixo para que um especialista da Ágora entre em contato com você e conheça mais de 800 opções de produtos disponíveis.

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão , com a Política de Privacidade da Ágora e com os Termos de Uso

Obrigado por se cadastrar! Você receberá um contato!

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“A inflação tem sido a grande preocupação dos mercados desde o início do ano, e o Fed deixou (ontem) em aberto a definição dos juros para a próxima reunião, se um aumento de 50 ou 75 pontos-base. Assim, os mercados reagiram bem à indicação de política monetária mais restritiva para controlar a inflação. Por outro lado, o mercado de títulos americanos tem mostrado inversão ou igualdade entre os juros de 2 e 10 anos, o que assinala, conforme histórico, a possibilidade de recessão”, diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.

“A depender das métricas utilizadas, alguns analistas já antecipam que os Estados Unidos estejam em recessão, e outros acreditam que esteja entrando. A inflação por lá permanece nos maiores níveis em 40 anos. O ritmo dos mercados deve ser afetado pelo ajuste nas condições de liquidez, com a elevação de juros do Fed. Já há sinais de que a demanda agregada, o ritmo de produção, de atividade, está em desaceleração nos Estados Unidos”, observa Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.

Ainda assim, com a busca por descontos, o desempenho isolado desta quinta-feira levou, durante a sessão, papéis de maior liquidez a zerar as perdas da semana e a pontuar no mês, embora o ritmo da recuperação não tenha se sustentado linearmente ao fim para ações como as de Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, CSN e Gerdau, entre outras. Na ponta do Ibovespa na sessão, destaque para Yduqs (+10,51%), no positivo em julho (+16,68%), embora ainda muito depreciada no ano (-25,28%). Caso semelhante ao de CVC (+10,32%), segunda maior alta da sessão, que se recupera neste começo de julho (+7,16%), mas ainda cede 44,26% em 2022. E de MRV (+6,42%), terceira maior alta do dia, com recuperação de 16,77% no mês e perda de 22,12% no ano.

Em 2022, Petrobras ON e PN ganham, respectivamente, 20,55% e 21,66%, e Vale ON, 2,81%. Vale está agora positiva na semana (+2,77%) e no mês (0,81%). Hoje, as três ações fecharam, respectivamente, em alta de 2,91% (Vale), 2,96% (Petrobras ON), 2,93% (Petrobras PN), em dia de recuperação parcial tanto para os preços do petróleo como do minério de ferro após correção nas últimas sessões. Destaque também para a siderurgia nesta quinta-feira, com CSN ON em alta de 5,29%, Gerdau PN, de 5,76%, e Usiminas PNA, de 2,31%.

“Rumores de que o governo chinês planeja antecipar a venda de US$ 220 bilhões em títulos especiais, que têm o intuito de fomentar a infraestrutura, trouxeram alívio nesta manhã” para as commodities e empresas do setor, observa em nota a Guide Investimentos.

“Com o cenário externo favorável e commodities em alta, praticamente todas as ações que compõem o Ibovespa se valorizaram, o que o levou a superar os 101 mil pontos. A movimentação não surpreende após a queda forte desde abril. O Ibovespa está na média descontado, com seu múltiplo de lucro (P/L) próximo a mínimas históricas”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. “Em certa medida, o mercado parece precificar uma inflação mais amena, com juros futuros recuando na véspera da divulgação do IPCA e algumas ações relacionadas à inflação se valorizando mais forte na semana”, acrescenta o analista.

Do lado negativo do Ibovespa nesta quinta-feira, apenas oito ações, tendo JBS (-1,22%), Marfrig (-1,12%) e Suzano (-0,69%) à frente.