O Ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa futuro avança 0,52%, aos 163.940 pontos nesta terça-feira (30), último pregão de 2025. Investidores avaliam dados do mercado de trabalho, medidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No exterior, o destaque fica com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
O principal índice da B3 não só deve operar em alta no seu último ato do ano, como também pode registrar a maior fechamento em nove anos, com ganhos em torno de 30%. Já o dólar hoje tende a fechar o ano com desvalorização próxima de 10%. Após a abertura, a moeda americana cedia 0,23%, a R$ 5,55 na venda.
A expectativa de ganho no Índice Bovespa hoje contraria a falta de ânimo nos índices futuros de Nova York, que operam estáveis desde a madrugada. O avanço em torno de 0,50% do petróleo tende a ajudar o índice, mas a queda de 0,44% do minério de ferro traz cautela.
O mercado financeiro ainda acompanha uma possível acareação entre o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos.
Ainda no cenário doméstico, o Banco Central (BC) divulga o resultado do setor público consolidado de novembro, indicador que aponta se o governo registrou déficit ou superávit primário no mês, enquanto o Tesouro Nacional apresenta o Relatório Mensal da Dívida Pública, com detalhes sobre o endividamento federal.
O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 14,420 bilhões em novembro, após um superávit de R$ 32,392 bilhões em outubro, informou o Banco Central. Em novembro de 2024, o déficit foi de R$ 6,620 bilhões.
Ibovespa futuro: os destaques do mercado de ações nesta terça-feira (30)
Ata do Fed e recorde na Coreia do Sul dominam atenções no exterior
Os índices futuros de ações de Nova York operam estáveis, com viés de alta, antes da ata do Fed, após uma rodada de perdas em Wall Street, que levou a recuos nas bolsas asiáticas nesta sessão. Na Ásia, chama atenção a alta acumulada de 76% da Bolsa da Coreia do Sul em 2025, o maior ganho em 26 anos.
Quanto à ata da última reunião de política monetária do Fed — quando o banco central dos EUA cortou os juros básicos pela terceira vez consecutiva —, a expectativa é que o documento reforce a sinalização recente de uma pausa nos cortes já em janeiro.
Desemprego no tri até novembro vem no piso das projeções
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,2% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi equivalente ao piso das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast. O teto das projeções era de 5,6%, e a mediana estava em 5,5%.
Caged aponta desaceleração em novembro
Para o Cagedde novembro, espera-se um número mais fraco em relação ao observado na divulgação anterior, de acordo com economistas consultados pelo Projeções Broadcast, com previsão de 79.120 vagas. Os analistas apontam que o dado tende a reforçar a leitura de desaceleração do mercado de trabalho.
“É comum que, em novembro, observemos destruição líquida de vagas na agropecuária, na indústria e na construção civil”, afirma o economista Bruno Imaizumi, da 4intelligence. “Em contrapartida, o setor de comércio tende a impulsionar a criação de vagas, junto com o maior setor do país, o de serviços.”
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações de Juliana Garçon, Maria Regina Silva e Silvana Rocha, do Broadcast