O Ibovespa futuro abriu esta terça-feira (17) em alta de 0,20%, aos 123.645 pontos, mas logo passou a cair cerca de 0,07%. As atenções do mercado estão em medidas fiscais no Congresso em meio às repercussões da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro – veja aqui a agenda completa do dia.
Leia também
A pressão externa paira sob o principal índice da B3 futuro. Enquanto os futuros de Nova York mostram queda, as bolsas europeias operam sem direção única em meio a incertezas políticas na Alemanha e França.
Na véspera, o índice fechou no menor nível desde junho, pressionado pelas preocupações fiscais dos investidores. O Índice Bovespa terminou o dia em baixa de 0,84%, aos 123.560,06 pontos, oscilando entre máxima a 124.955,95 pontos e mínima a 123.495,17 pontos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
As commodities não devem favorecer a boa tração dos ativos hoje. Enquanto o minério de ferro fechou em leve alta de 0,06%, o petróleo cede 1,60% (WTI) e 0,97% (Brent).
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) operavam em estabilidade no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h05 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,08% no mesmo horário.
O que fica no radar do Ibovespa futuro
Ata do Copom
O foco dos investidores está na ata do Copom nesta terça-feira, após a elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano na última quarta-feira (11) em decisão unânime.
O Copom repetiu, na ata da sua última reunião, que o tamanho total do ciclo de aumento da taxa Selic será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta”, como já constava no comunicado da quarta-feira (11).
O colegiado espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, o horizonte relevante da política monetária. A estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e é maior do que a projeção do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de 3,6%.
Além disso, o Comitê disse que houve uma deterioração adicional no cenário de inflação, como refletido nas expectativas e projeções de inflação. “Concluiu-se que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, se deterioraram de forma relevante”, avaliaram os membros da cúpula do BC.
- Juros de 14,25% em março de 2025? Veja as ações que podem pagar dividendos acima da Selic
De acordo com eles, essa piora demanda uma política monetária ainda mais contracionista, sinalizando mais dois ajustes de grande magnitude.
Dólar
O dólar fechou em alta e renovou o seu recorde histórico de encerramento na segunda-feira (17), mesmo após intervenções do Banco Central com dois leilões de dólares. A moeda americana encerrou em valorização de 1,03% a R$ 6,0934. Ao longo da sessão, oscilou entre máxima a R$ 6,0986 e mínima a R$ 6,0261. Até então, o maior patamar registrado pela divisa no fechamento havia sido R$ 6,0829, marca alcançada na última segunda-feira (9).
Publicidade
Nesta terça-feira, o BC não deixou leilão extraordinário de dólar programado, mas poderá anunciar se a moeda estressar mais, após renovar o pico nominal histórico de fechamento, em meio ainda aumento das remessas de empresas e fundos ao exterior em dezembro. Nesta terça-feira, o dólar à vista abriu em alta de 0,79%, a R$ 6,14.
Medidas fiscais
Na Câmara, nesta terça-feira, deve ser apresentado o relatório do projeto de lei do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e votada a regulamentação da reforma tributária, enquanto o Senado deve apreciar o projeto de lei de renegociação da dívida dos Estados.
A urgência da votação do pacote fiscal antes do recesso e a possível desidratação deixam os investidores apreensivos. O líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o Projeto de Lei Complementar (PLP) e o Projeto de Lei (PL) do pacote precisam ser votados ainda neste ano, com a meta de aprovação na Câmara até quarta-feira (18).
A proposta inclui medidas como o limite de 2,5% ao ano para o crescimento real do salário mínimo e alterações no Benefício de Prestação Continuada – leia mais aqui.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
Publicidade
*Com informações do Broadcast