Ibovespa é o principal índice da Bolsa. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa futuro abriu esta terça-feira (29) em leve alta de 0,14%, aos 133.225 pontos. Porém, após a abertura, o índice inverteu o sinal e passou a mostrar um singelo recuo de 0,08%, aos 132.855 pontos. As atenções do mercado estão em negociações comerciais dos Estados Unidos. Por aqui, investidores acompanham o primeiro dia de Comitê de Política Monetária (Copom) e o relatório de produção da Petrobras (PETR3; PETR4).
As bolsas de valores internacionais sobem com expectativas por novos acordos tarifários entre EUA e China em Estocolmo. O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, disse ontem que os dois países poderão estender a trégua comercial por 90 dias. Os mercados de ações sobem em Nova York e Europa, à espera de dados econômicos e balanços corporativos.
Enquanto os Estados Unidos ajustam tarifas para outros países, o Brasil segue sem direcionamento. Faltando três dias para a entrada em vigor da tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, ainda não há acordo, e a insegurança persiste. O presidente Donald Trump indicou que a maioria das tarifas ficará entre 15% e 20%, sem mencionar diretamente o Brasil.
Apesar da cautela com tarifas, o principal índice da B3 pode se apoiar na valorização dascommodities hoje, com o minério de ferro em alta de 0,63% e o petróleo subindo cerca de 0,50%. Além disso, o sinal positivo em Nova York ajuda a impulsionar o índice hoje.
Investidores acompanham o primeiro dia das reuniões de política monetária do Copom do Banco Central (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que anunciam suas decisões na quarta-feira (30) – a expectativa do mercado até agora é de manutenção em ambos os juros.
Ibovespa futuro hoje: os principais assuntos desta terça-feira (29)
Dólar alcança maior cotação desde junho
O dólar iniciou a semana em alta com os mercados repercutindo o acordo comercial fechado entre os Estados Unidos e União Europeia (UE) que fixou as tarifas de 15% sobre as exportações do bloco europeu para o mercado americano. No último fechamento, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,50%, a R$ 5,5899, a maior cotação desde 4 de junho deste ano.
Nesta manhã, o dólar sobe ante moedas de países desenvolvidos, ainda impulsionado pelo acordo comercial entre EUA e UE. Investidores também aguardam indicadores americanos. O índice DXY do dólar, por sua vez, avançava 0,14%, a 98,76 pontos, após tocar máxima em um mês de 99,04 pontos.
No câmbio local, a moeda americana iniciou o dia em alta de 0,26%, negociado a R$ 5,6043.
BC realiza leilão de dólar
O leilão de linha de até US$ 1 bilhão do Banco Central nesta terça-feira também pode impactar o desempenho do dólar hoje. A intervenção no câmbio está prevista para 10h30 (de Brasília).
Petrobras divulga relatório operacional
A Petrobras deve reportar resultados robustos em seu relatório de produção e vendas a ser divulgado na noite desta terça-feira (29), dizem os analistas do Santander, XP Investimentos e UBS BB em relatórios enviados aos clientes. O bom desempenho deve vir pela performance do campo de Búzios, no pré-sal da bacia de Santos.
Últimos dias para o tarifaço dos EUA ao Brasil
O governo brasileiro intensifica negociações, com o vice-presidente Geraldo Alckmin em contato com autoridades americanas e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propondo medidas ao presidente Lula para reduzir os impactos nos setores mais afetados.
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Preocupados com uma possível inadimplência de exportadores, bancos brasileiros pediram ao BC mais leilões cambiais de reservas. Empresários americanos sugeriram um novo manifesto à Casa Branca pedindo o adiamento da tarifa em reunião com senadores brasileiros, que também buscaram apoio da Câmara de Comércio dos EUA para viabilizar diálogo entre Lula e Trump. “Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo”, disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro sobre a movimentação dos senadores.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast