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Ibovespa hoje abre semana em queda; petróleo, pacote fiscal, dólar e inflação seguem no radar do investidor

O índice hoje ignora otimismo no exterior diante de preocupações internas. Veja o que impacta a Bolsa

Ibovespa hoje abre semana em queda; petróleo, pacote fiscal, dólar e inflação seguem no radar do investidor
Ibovespa é o principal índice da Bolsa. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje abriu em queda de 0,25%, aos 127.509 pontos nesta segunda-feira (11). A abertura de negócios ocorre de olho em novas previsões do boletim Focus. O pacote fiscal segue no radar em meio à terceira semana de indefinição – confira aqui a agenda semanal completa.

O ambiente externo mais positivo pode ser insuficiente para dar força ao principal índice da B3 hoje diante das perdas das commodities após decepção com medidas na China.

Na sexta-feira (8), o Índice Bovespa fechou com desvalorização de 1,43%, aos 127.829,80 pontos, em meio a elevadas incertezas fiscais, já que o tão esperado pacote de corte de despesas – prometido para depois do segundo turno da eleição municipal – ainda não foi concluído pela equipe econômica.

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“A variável mais importante para a evolução da economia brasileira e para os preços dos ativos locais será a credibilidade do ajuste fiscal”, afirma Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo.

Sem uma redução dos riscos fiscais, o dólar pode passar rapidamente para R$ 6,00 e seguir em alta, estima a Monte Bravo. Isso geraria uma crise econômica grave, semelhante à fase terminal do governo de Dilma Rousseff.

O que direciona o Ibovespa hoje

Boletim Focus

A mediana do boletim Focus para a taxa Selic no fim de 2024 se manteve em 11,75%, pela sexta semana consecutiva. Esse movimento consolida a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual na última reunião do ano, no dia 11 de dezembro.

Na semana passada, o colegiado elevou a taxa básica de juros para 11,25%, uma alta de 0,5 p.p.. As medianas para a Selic em prazos mais longos tiveram comportamento diverso, indicando que o Banco Central (BC) terá um espaço limitado para cortar juros nos próximos anos, em meio à desancoragem das expectativas, atividade forte e disparada do dólar.

A mediana do relatório Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu pela sexta semana seguida de 4,59% para 4,62%, mantendo-se acima do teto da meta de inflação, de 4,50%. Um mês antes, ela estava em 4,39%.

Se essa projeção se confirmar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai terminar a sua gestão escrevendo a terceira carta aberta para explicar o descumprimento da meta.

Dólar

A mediana do boletim Focus para a cotação do dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,50 para R$ 5,55. Um mês antes, era de R$ 5,40. As estimativas para o fim de 2025 passaram de R$ 5,43 para R$ 5,48; para 2026 e para 2027, a moeda se manteve em R$ 5,40. Veja detalhes nesta reportagem.

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No início deste mês, a moeda americana escalou até R$ 5,8694, o segundo maior nível nominal da história, em meio ao mal-estar causado pelo anúncio da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, enquanto o governo não apresenta formalmente seu pacote de corte de gastos.

Bolsas internacionais

Um apetite por ativos de risco impulsiona os futuros de Nova York e as bolsas europeias, com investidores à espera do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA e da Alemanha, além de falas de dirigentes de bancos centrais, após o corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O mercado observa as especulações de que Trump escolherá nomes protecionistas para guiar a sua política comercial.

O iene é pressionado com a reeleição de Shigeru Ishiba como primeiro-ministro do Japão. Ishiba busca uma reunião com Trump ainda este mês, a fim de fortalecer a aliança Japão-EUA em meio a possíveis desafios em comércio e defesa.

Balanços

A temporada de balanços do terceiro trimestre continua e, nesta segunda-feira, recebe os nomes de Itaúsa (ITSA4) e Sabesp (SBSP3) após o fechamento do mercado.

Commodities

petróleo recua com o dólar forte, caindo acima de 2,00%. Já o minério de ferro fechou em queda de 2,87% em Dalian, na China, após decepção com medidas fiscais no país.

Seguindo o ritmo de suas commodities, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras (PETR3PETR4) caíam 1,61%, enquanto os da Vale (VALE3) recuavam 1,89% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília).

A Petrobras também fica no radar com a notícia de que pode ser proibida de comprar gás natural de outras empresas.

Pacote fiscal e mercado brasileiro

Além de uma definição no campo fiscal, os investidores ficarão atentos aos detalhes da ata do Copom, prevista para terça-feira (12), após o comunicado enfatizar que a execução de medidas fiscais estruturais contribuem para a ancoragem das expectativas de inflação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já aceitou e entendeu que as medidas em discussão para cortar gastos são estruturais, mas lideranças do PT entendem que devem atingir também o “andar de cima”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retornará a Brasília nesta segunda-feira pela manhã para tentar destravar a negociação que chega à terceira semana. Porém, o anúncio ainda pode levar alguns dias, porque depende de Lula e de conversas entre o ministro e os presidentes do Senado e da Câmara, o que pode refletir no Ibovespa hoje.

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*Com informações do Broadcast