Rejeição da proposta de compra do Master pelo BRB ganha destaque no Ibovespa em dia de prévia do payroll. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje abriu em alta de 0,12%, aos 140.024 pontos nesta quinta-feira (4). O mercado financeiro repercute a reprovação do Banco Central (BC) para a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) em véspera do relatório de emprego oficial, o payroll.
A escassa agenda de indicadores e eventos no Brasil pode dificultar a definição de rumo para o principal índice da B3 hoje. No pré-mercado, os sinais são difusos e moderados tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, apesar de prevalecerem altas, especialmente diante de incertezas sobre a política monetária americana e disputas comerciais.
Da mesma forma, as commodities operam em direções opostas: o petróleocai perto de 1% e o minério de ferro fechou com alta de 1,67% em Dalian. No câmbio, odólar hoje está sem direção firme lá fora, mas sobe levemente (0,07%) ante o real, no valor de R$ 5,4581.
“O Ibovespa recebe sinais mistos das commodities, o que favorece a continuidade das oscilações marginais desta semana, período no qual o índice tem promovido pequenos ajustes após o recorde alcançado na sexta (aos 141.422,26 pontos)”, diz Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, em relatório.
Temas políticos também devem continuar no radar dos investidores, à medida que as articulações pela anistia no Congresso ganham força diante da percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser condenado no Supremo Tribunal Federal (STF), que retoma o julgamento na próxima semana.
Nesta manhã, saíram novos dados do mercado de trabalho privado nos EUA que reforçaram fraqueza. O setor privado dos Estados Unidos criou 54 mil empregos em agosto, segundo pesquisa ADP. O resultado veio menor do que o esperado, que era geração de 85 mil postos de trabalho. Ao mesmo tempo, o dado de julho foi revisado para menor criação de vagas, o que pode reforçar as apostas de queda dos juros pelo Fed. Agora, cresce a expectativa pela divulgação do payroll norte-americano, na sexta (5).
Ibovespa hoje: o que você deve ficar atento nesta quinta-feira (4)
Agenda econômica do dia
Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos – ADP e pedidos de auxílio-desemprego – são destaque do mercado financeiro nesta quinta-feira (4), véspera do relatório de emprego oficial, o payroll. Já o Ibovespa hoje repercute a reprovação do Banco Central (BC) para a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).
No Brasil, os mercados acompanham as articulações pela anistia no Congresso, que ganha força diante da percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) poderá ser condenado no Supremo Tribunal Federal (STF), que retoma o julgamento na próxima semana.
Em paralelo, os números da balança comercial brasileira e americana serão monitorados em dia de leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa) do Tesouro.
A agenda traz ainda Índices de Gerentes de Compras (PMIs) nos EUA e discursos de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano): o presidente do Fed de Nova York, John Williams, e do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee.
Bolsas globais operam sem direção com prévia do payroll
Projeções para a prévia do payroll mostram desaceleração em agosto. (Foto: Adobe Stock)
Os futuros de Nova York e as bolsas europeias operam sem direção única. O relatório ADP, considerado a prévia do payroll, ficou aquém do esperado nesta manhã.
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O setor privado dos Estados Unidos criou 54 mil empregos em agosto, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada pela ADP nesta quinta-feira. Analistas consultados pela FactSet estimavam a geração de 85 mil postos de trabalho no mês passado.
Na sexta-feira (5), os EUA divulgam seu relatório oficial de emprego, conhecido como “payroll”, que engloba dados dos setores privado e público e que poderá trazer o ajuste final sobre corte dos Fed funds (o nome dado aos juros básicos do país) neste mês.
Os mercados observam também os reveses do presidente dos EUA, Donald Trump. Após o tribunal de apelações considerar ilegais a maioria das tarifas criadas pelo republicano, o governo agora tenta reverter a decisão na Suprema Corte.
Em Boston, uma juíza federal anulou o corte de cerca de US$ 2,6 bilhões, determinado por Trump, de financiamento para a Universidade de Harvard. E na quarta-feira (3) à tarde o tribunal de apelações decidiu que Trump não pode usar uma lei de tempos de guerra do século 18 para acelerar as deportações de imigrantes.
BC rejeita compra do Master pelo BRB
Proposta de compra do Master pelo BRB gerou polêmica no mercado. (Foto: Adobe Stock)
Na quarta-feira (3), o Banco Central reprovou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Foram pouco mais de cinco meses de análise até o BC decidir por indeferir a operação anunciada no dia 28 de março.
O BRB havia se comprometido a comprar um pedaço do Master, mas, para isso, precisava da autorização do Banco Central, o que não aconteceu, como mostra a reportagem do Estadão. Relembre nesta reportagem a operação de compra do Master pelo BRB.
O que mais esperar para o Ibovespa hoje?
O fôlego curto das bolsas no exterior pode se refletir também no Índice Bovespa hoje, devido também à queda do petróleo e à agenda local fraca.
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O apetite pode ser contido, mesmo em meio às captações que ocorrem na esteira da emissão externa do Tesouro Nacional. A Suzano (SUZB3) confirmou captação externa de US$ 1 bilhão em emissão de bonds(títulos de renda fixa no exterior) na quarta-feira.
Odólar hoje está sem direção firme lá fora, mas os rendimentos dos Treasuries(títulos da dívida estadunidense) recuam e podem influenciar os juros futuros.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que a Medida Provisória (MP) 1.303/2025, com alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), deve ser votada no Senado na semana de 22 a 26 de setembro.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast