

O Ibovespa hoje fechou em queda, depois de encerrar no maior nível desde outubro de 2024 na véspera. Nesta sexta-feira (28), a principal referência da B3 recuou 0,94%, aos 131.902,18 pontos, após oscilar entre máxima a 133.143,44 pontos e mínima a 131.315,07 pontos. Em março, o índice avança 7,41%, ainda a caminho de seu melhor desempenho desde novembro de 2023, quando tinha subido 12,54%. No ano, o ganho está em 9,66%.
O mercado reagiu ao índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos, elaborado pela Universidade de Michigan, que caiu de 64,7 em fevereiro para 57,0 em março. O resultado veio abaixo da medição preliminar (57,9) e também aquém do esperado por analistas consultados pela FactSet, que projetavam recuo a 57,9. Esse é o terceiro mês consecutivo de queda do índice.
Preocupações com os impactos das tarifas dos EUA também pesaram sobre as bolsas internacionais. A consultoria Capital Economics avalia que as tarifas de 25% sobre as importações de veículos podem reduzir as vendas alemãs no mercado americano em até 50% e levar o Canadá à recessão. “Os mercados estão aguardando o principal evento da semana, que será na semana que vem”, diz Ian Toro, analista da Melver. “Há uma aversão a risco por conta disso, o que tem se refletido numa liquidez menor”, completa Toro.
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Por aqui, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) estiveram em destaque. O mercado formal de trabalho abriu 431.995 novas vagas em fevereiro, conforme mostra o Ministério do Trabalho. Em janeiro, o saldo líquido foi positivo em 144.086 vagas (número revisado).
O resultado, o maior saldo positivo da série histórica atual do Caged, iniciada em janeiro de 2020, superou o teto da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava criação líquida de 330 mil vagas em fevereiro. A mediana da pesquisa era positiva em 225 mil, e o piso, em 154,9 mil. O recorde anterior no Novo Caged havia sido observado em fevereiro de 2021, com 397.812 vagas criadas.
Na Bolsa brasileira, as ações da Cogna (COGN3) subiram 3,92% e lideraram os ganhos da sessão, seguidas pelas da Minerva (BEEF3), que avançaram 2,31%. Em relatório, o Santander reiterou sua recomendação neutra para os papéis da empresa frigorífica e manteve o preço-alvo de R$ 7,00 para o fim de 2025. Além disso, o banco revisou suas estimativas para a companhia, elevando a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025 em 9%, para R$ 4,4 bilhões, refletindo preços fortes de exportação de carne bovina e uma aceleração operacional acima do esperado no quarto trimestre de 2024.
Na ponta oposta, os papéis da Vamos (VAMO3), que são chamados de “cíclicos”, ou seja, mais sensíveis aos ciclos econômicos, derreteram 9,32% e registraram a maior baixa do Ibovespa hoje. Ativos de grande peso para o índice doméstico também sofreram no pregão: enquanto os da Petrobras caíram 0,99% (PETR3) e 0,64% (PETR4), os da Vale (VALE3) recuaram 1,01%.
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Já no mercado de câmbio doméstico, o dólar hoje fechou em alta de 0,15%, a R$ 5,7618, depois de abrir em queda de 0,07%, a R$ 5,749.
*Com informações do Broadcast