Membros do Fed ficam no radar em meio à paralisação nos eua; Petrobras é destaque no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje fechou novamente em alta, pela 13ª sessão de valorização seguida, a mais longa série de ganhos desde 1994. O índice avançou 0,47%, aos 154.063,53 pontos, batendo o décimo recorde de encerramento. O mercado acompanhou a divulgação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro e repercutiu o balanço da Petrobras (PETR3; PETR4), com lucro líquido de US$ 6 bilhões.
A principal referência da B3 se recuperou ao longo da tarde, em meio ao avanço dos ativos da petroleiras. Investidores acompanharam a teleconferência de diretores da empresa. Uma das declarações de destaque foi de que não há na companhia discussão sobre mudança na política de dividendos. Os papéis subiram 4,83% (PETR3) e 3,77% (PETR4). Já as ações da Vale (VALE3) perderam 1,10%.
Entre as commodities, o sinal foi divergente, com o minério de ferro fechando em baixa de 1,87% na China, enquanto o petróleo avançou 0,54% no barril do tipo WTI.
Mesmo depois de treze dias de alta, especialistas ainda enxergam otimismo para o principal índice da B3. Para Marco Ribeiro Noernberg, sócio e estrategista de renda variável da Manchester Investimentos, o indicador pode ultrapassar os 160 mil pontos até o fim do ano.
A estimativa reflete a expectativa de continuidade dos bons resultados corporativos, entrada de fluxo estrangeiro e, eventualmente, uma perspectiva mais positiva para a Selic. “Ou seja, uma queda de juros mais rápida do que está precificada na curva”, afirma. “Nesse cenário, o Ibovespa pode ir a 160 mil pontos ou até mais.”
No câmbio, o dólar hoje caiu em relação a outras moedas de economias desenvolvidas e ante o real. No fechamento, a moeda americana cedeu 0,25% cotada a R$ 5,3357.
Ibovespa hoje: os destaques do mercado de ações desta sexta (7)
Bolsas globais fecham sem direção única
Os mercados internacionais tiveram desempenhos mistos nesta sexta-feira. Nasdaq cedeu 0,21%, enquanto Dow Jones e S&P 500 avançaram 0,16% e 0,13%, respectivamente. Na Europa, as Bolsas fecharam em baixa diante de balanços e notícias corporativas.
Na Ásia, os mercados refletiram as perdas de Nova York e foram pressionados pela queda nas exportações chinesas em outubro — a primeira contração desde março de 2024, segundo a CNBC, influenciada pela política tarifária dos EUA. As exportações da China para os Estados Unidos caíram 25% na comparação anual, marcando o sétimo mês consecutivo de retração.
O presidente americano, Donald Trump, afirmou que não haverá novas tarifas enquanto o tema estiver na Suprema Corte.
Lucro da Petrobras supera projeções do mercado no 3º tri
A Petrobras (PETR3; PETR4) registrou lucro líquido de US$ 6 bilhões no 3º trimestre de 2025. (Imagem: Adobe Stock)
A Petrobras fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de US$ 6 bilhões, 2,7% a mais do que há um ano, e avanço de 27,3% em relação ao registrado no trimestre imediatamente anterior, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira. O resultado ficou acima do Prévias Broadcast.
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A receita de vendas no período subiu 0,5%, para US$ 23,4 bilhões, frente ao terceiro trimestre de 2024, e 11,6% em relação ao segundo trimestre deste ano. Veja o balanço na íntegra.
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou recuo de 0,03% em outubro, após uma elevação de 0,36% em setembro, divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado do indicador ficou acima da mediana negativa de 0,22% das previsões das instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, com intervalo entre quedas de 0,60% e 0,14%. Com o resultado, o IGP-DI acumulou um recuo de 1,31% no ano e avanço de 0,73% em 12 meses.
Negociações comerciais entre EUA e Brasil emperram
O governo não descarta escalar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) novamente para atuar nas negociações com os EUA sobre o tarifaço. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que irá ao Canadá na próxima semana, onde terá encontro bilateral com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Após reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, o presidente da CNI, Ricardo Alban, disse esperar, ainda este mês, avanços nas negociações sobre tarifas. O Brasil registrou queda de 37,9% nas exportações para os Estados Unidos em outubro.
Agenda econômica do dia
A primeira semana de novembro termina sem sinal de acordo do Brasil com os Estados Unidos contra o tarifaço, e com o governo americano ainda paralisado no maior shutdown da história do país, que chega ao seu 38º dia.
Por causa da paralisação, o relatório de emprego dos EUA referente a outubro não foi publicado. As atenções se voltaram para a pesquisa da Universidade de Michigan sobre o sentimento do consumidor americano, que caiu para 50,3 em novembro, ante 53,6 em outubro, segundo levantamento preliminar divulgado pela instituição nesta sexta-feira. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pela FactSet, de 54,2.
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Em paralelo, o presidente Lula cumpriu agenda em Belém (PA) durante mais um dia da Cúpula de Líderes da Conferência das Nações Unidas sobe as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). Já o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, participou de um evento na B3, em São Paulo.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast