Exterior positivo antes de ata pode atenuar cautela com MP alternativa do IOF e pesquisa. (Foto: Adobe Stock)
Investidores no Brasil aguardam a votação da MP alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos plenários da Câmara e do Senado, após a aprovação ontem em comissão mista do Congresso. Lá fora, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e discursos de dirigentes do banco central dos Estados Unidos ficam no foco, bem como o oitavo dia de paralisação no governo americano.
Ainda noIbovespa hoje, repercutem o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de outubro e a produção de veículos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Enquanto isso, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reúne-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais.
Ibovespa hoje: os destaques desta quarta-feira (8)
Bolsas globais avançam à espera da ata do Fed
Após queda na véspera, a indicação é de abertura positiva hoje das Bolsas de Nova York, dia em que o destaque é a ata do Fed e falas de diretores. O documento pode reafirmar o quadro dividido no banco central dos EUA e reforçar incertezas quanto ao ciclo total de quedas de juros.
As bolsas europeias sobem, impulsionadas por ações de siderúrgicas que reagem a uma proposta de tarifação do aço importado pela União Europeia.
Odólar hoje avança ante outras moedas fortes, enquanto o ouro opera em nível recorde. O metal precioso vem sendo sustentado pela paralisação do governo dos EUA, que hoje entrou em seu oitavo dia. Já os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) voltam a cair.
Aprovação de Lula cresce após encontro com Trump
A avaliação positiva do governo Lula subiu segundo a pesquisa Genial/Quaest. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no melhor patamar desde janeiro, quando houve a crise do Pix, seguida do escândalo do INSS e do tarifaço americano às exportações brasileiras.
De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a gestão do petista é aprovada por 48% dos entrevistados e desaprovada por 49%. Ambos os percentuais oscilaram no limite da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A aprovação em setembro era de 46% e, a desaprovação, de 51%. Em janeiro, os índices eram 47% e 49%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa indica que a maioria dos brasileiros considera que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
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Para 49% dos entrevistados, Lula ganhou força após a aproximação com o mandatário norte-americano. Outros 27% avaliam que ele ficou “mais fraco”, enquanto 10% dizem que sua posição permaneceu a mesma. Já 14% não souberam ou não responderam.
A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. O nível de confiança é de 95%.
Commodities hoje: petróleo sobe, e minério não opera
Os contratos futuros do petróleo sobem mais de 1% nesta manhã, apoiado em riscos de cortes na oferta. Hoje, o DoE publica balanço semanal sobre estoques de petróleo e derivados dos EUA. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para novembro subia 1,38%, a US$ 62,58, enquanto o do Brent para dezembro avançava 1,27%, a US$ 66,28.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,72% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,65%.
O que esperar do Ibovespa hoje?
Os ativos podem se recuperar após um dia ruim, com o Índice Bovespa hoje beneficiando-se da alta do petróleo e dos futuros de Nova York. O real pode valorizar com o petróleo, mas a força do dólar limita essa expectativa. A queda nos rendimentos dos Treasuries é fonte de pressão de baixa aos juros futuros.
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Porém, o quadro fiscal enseja cautela, após a aprovação apertada da MP alternativa ao aumento do IOF em comissão mista do Congresso ontem. A MP, que aumenta o Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos financeiros de 17,5% para 18% e mantém o tributo de bets inalterado, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado para não expirar.
A proposta original visava arrecadar R$ 10 bilhões este ano e R$ 20 bilhões em 2026, mas foi reduzida após pressão dos setores afetados. O relator, deputado Carlos Zarattini, diz que as alterações diminuem a arrecadação em R$ 3 bilhões em 2026, mas economistas acreditam que o impacto pode ser maior. A aprovação da MP nos termos atuais pode, no entanto, resultar em uma arrecadação ligeiramente maior para o governo.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Silvana Rocha, do Broadcast