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Após operar em estabilidade a maior parte da manhã, o Ibovespa hoje se firmou no terreno positivo, subindo a 129 mil pontos no pregão desta terça-feira (18). Às 14h, o índice avançava 0,36%, aos 129.202 pontos, na máxima. A valorização das commodities sustenta o indicador.
O mercado global acompanha os desdobramentos da Guerra na Ucrânia, enquanto, por aqui, ganham destaque leilão de dólares do Banco Central (BC) e balanços corporativos. A agenda do dia traz o encontro de representantes do alto escalão dos Estados Unidos e da Rússia em Riad, na Arábia Saudita, para discutir como encerrar a guerra na Ucrânia.
No mercado de câmbio, as commodities em alta podem aliviar os ajustes à medida que o dólar hoje se valoriza no exterior. As operações do Banco Central devem assegurar liquidez no mercado financeiro hoje.
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Nesta terça-feira, o dólar abriu em estabilidade, com leve queda de 0,04%, a R$ 5,7104. Após cair 5,56% em janeiro, a divisa acumula baixa de 2,13% em fevereiro e de 7,57% no ano. Às 12h40 (de Brasília), o dólar cedia 0,33%, a R$ 5,6832.
A Vale (VALE3) sobe 0,88% e a Petrobras (PETR3; PETR4) ganha 2,06% e 1,91% respectivamente.
Os juros futuros têm viés para cima, o que pode limitar ou mesmo impedir valorização de papéis mais sensíveis ao ciclo econômico na B3, no momento em que há sinais de desaceleração da atividade no País.
Ainda fica no foco o enfraquecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a disputa presidencial de 2026. “De um lado, os resultados mostram que há espaço para uma candidatura opositora em 2026. De outro, mantém os temores de que o governo parta para medidas populistas nesta parte final de mandato, visando recuperar capital político”, avalia Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria em relatório.
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Nesta terça-feira, são esperados os balanços corporativos do quarto trimestre do Carrefour (CRFB3), GPA (PCAR3), Iguatemi (IGTI11) e XP após o fechamento da B3.
- Confira aqui a agenda econômica completa das empresas
Ações do Ibovespa hoje
GPA (PCAR3) puxa perdas da Bolsa
As ações do GPA caem 6,05%, liderando as baixas do Ibovespa nesta manhã. O papel sento o peso do rebaixamento do JPMorgan para underweight (equivalente a venda), considerando que a empresa sofre pressão na geração de caixa devido às altas taxas e alternativas limitadas para acelerar a desalavancagem.
Vale (VALE3) acompanha o minério
As ações da Vale sobem 0,79% nesta terça-feira, acompanhando o minério de ferro, que subiu tanto em Dalian (+2,51%), quanto em Cingapura (+1,09%).
Petrobras (PETR3; PETR4) se apoia no petróleo
As ações da Petrobras mostram força no pregão desta terça-feira. Os ativos ordinários sobem 1,86%, enquanto os preferenciais avançam 1,88%.
A valorização acompanha o petróleo, que amplia ganhos da véspera e repercute a reunião entre EUA e Rússia e ainda relatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode adiar planejados aumentos em sua oferta. Às 12h40, o barril do petróleo WTI subia 1,15%, enquanto o do Brent subia 0,39%.
BB Seguridade (BBSE3) sobe com balanço
As ações do BB Seguridade sobem 2,89% com resultados do balanço. A companhia encerrou o quarto trimestre de 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 2,173 bilhões, alta de 5,8% em um ano. O resultado veio em linha com o esperado pelo Citi. O Itaú BBA apontou que os resultados foram ligeiramente positivos e impulsionados pela BrasiSeg. Além disso, a empresa pagará R$ 4,411 bilhões em dividendos.
Neoenergia (NEOE3) avança após resultados do 4º trimestre
As ações da Neoenergia sobem 0,95% nesta terça-feira, após a divulgação de seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024, que mostrou um lucro líquido de R$ 852 milhões, o que representa uma queda anual de 12%. Apesar da queda do lucro, o Citi considerou os números bons. Além disso, a companhia anunciou que fará recompra de ações para bonificar executivos.
Ibovespa hoje: os temas que influenciam as bolsas
Guerra na Ucrânia: EUA e Rússia se reúnem na Arábia Saudita
Os índices futuros de Nova York e os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem na volta do feriado americano, impulsionados pela reunião EUA-Rússia sobre a guerra na Ucrânia.
O encontro serve para determinar o que é possível fazer para acabar com a guerra, mas sem a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele alertou que não aceitará o resultado se não houver participação ucraniana.
O dólar hoje também avança frente seus pares principais, enquanto a libra desacelerou perdas e as bolsas europeias recuam moderadamente, após o avanço anual de 5,9% do salário semanal médio, acima do acréscimo de 5,6% do trimestre até novembro.
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O cenário incerto de juros e políticas comerciais do governo norte-americano pesa também. O diretor do Fed Christopher Waller afirmou que uma pausa nos cortes de juros é apropriada por enquanto, com possibilidade de novas reduções se os dados de 2025 forem semelhantes aos de 2024.
Leilão de dólares do BC injeta US$ 3 bilhões no mercado
O Banco Central (BC) vendeu US$ 3 bilhões em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolar a recompra do mesmo montante que está prevista para o dia 6 de março. A operação, com data de recompra em 2 de outubro de 2025, teve taxa de corte de 5,411000% e cinco propostas foram aceitas. Veja detalhes aqui.
Expectativas para o Ibovespa hoje
O tom positivo em NY e a valorização das commodities devem puxar o Ibovespa hoje e favorecer as ações das empresas desses setores.
Os sinais positivos das commodities podem aliviar os ajustes no câmbio em meio à alta leve do dólar no exterior. Já os juros podem ter oscilações estreitas no Ibovespa hoje, ponderando a subida dos rendimentos dos Treasuries, a desaceleração da atividade no País que sugere menor aposta em Selic mais alta e o enfraquecimento de Lula para a disputa de 2026.
*Com informações de Vinícius Novais, Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast