O anúncio de corte de gastos de quase R$ 26 bilhões nas contas do governo em 2025, feito na terça-feira (3) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve ser bem visto pelos investidores da Bolsa. Desta forma, o Ibovespa tende a operar em alta ainda puxado pela elevação de 1,70% do minério de ferro em Dalian, na China. O alívio já é sentido no dólar e nos juros futuros, que já diminuem as chances de aumento da Selic em 2024.
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Porém, uma eventual valorização do principal indicador da B3 pode ser tênue, pois o petróleo recua em torno de 0,60%, ainda que esteja em nível elevado. Além disso, tendem a atrapalhar uma possível alta firme do Índice Bovespa a ausência das bolsas americanas, que estão fechadas por causa do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, e das incertezas fiscais, que ainda não foram totalmente solucionadas.
“Não é porque fizeram este anúncio que os números das contas públicas mudarão. Mas a notícia é positiva e diminui a pressão. No entanto é preciso ver se serão concretizadas”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
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Outro ponto que pode dificultar uma alta forte do Índice Bovespa é que na quarta-feira (3) já houve uma reação positiva do mercado, em meio à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a responsabilidade fiscal. Lula garantiu que o Brasil “jamais” será irresponsável do ponto de vista fiscal e reafirmou seu compromisso com o arcabouço fiscal.
Nesta quarta-feira (3), o Ibovespa subiu 0,70%, fechando aos 125.661,89 pontos. Hoje, sem os mercados dos EUA, a liquidez deve ficar mais reduzida. Na quarta (3) o giro somou R$ 21,6 bilhões.
Para a MCM Consultores, o apoio de Lula a Fernando Haddad é importante. Entretanto, a consultoria pondera em relatório que fica a dúvida se essas medidas serão suficientes para acalmar as expectativas quanto ao cenário fiscal.
“Estão na direção correta, mas os efeitos na trajetória das despesas são incertos, especialmente o corte de despesas obrigatórias para 2025”, explica a MCM.
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Segundo a consultoria, questões relevantes para as contas públicas, como a política de valorização do salário mínimo e os pisos de gastos com educação e saúde, não foram tratadas pelo governo. Para concretizar seu compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos, o presidente Lula terá de aprovar medidas mais duras do lado das despesas, sugere a consultoria.
Às 13h55, o Ibovespa subia 0,50%, aos 126.426,04 pontos.