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Ibovespa hoje inverte sinal e alcança marca dos 133 mil pontos; veja

Mesmo assim, temores fiscais, juros e desempenho no exterior limitam ganhos do índice hoje. Entenda

Ibovespa hoje inverte sinal e alcança marca dos 133 mil pontos; veja
Ibovespa é o principal índice da Bolsa. (Foto: Adobe Stock)

O Ibovespa hoje inverteu o sinal de queda reportado na abertura dos negócios desta sexta-feira (27), alcançando a marca positiva dos 133 mil pontos. Às 11h37, o índice sobe 0,58%, aos 133.781 pontos.

O movimento no principal índice da B3 hoje poderia ser ainda melhor se não fosse a volatilidade das bolsas americanas, onde, contudo, prevalece o sinal de alta. O agravamento das preocupações fiscais e a possibilidade de um ciclo maior de alta da taxa Selic seguem no radar dos investidores.

Além disso, “os mercados estão digerindo dados de inflação divulgados nesta manhã nos Estados Unidos e no Brasil“, diz Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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Na véspera, o Índice Bovespa fechou acima de 133 mil pontos com mais estímulos na China no radar e Vale (VALE3) em alta acima de 6,00% – veja aqui.

O que afeta o Ibovespa hoje

Commodities

Mais uma vez, a ação da Vale avança na esteira do minério de ferro que fechou com valorização de 4,38% em Dalian, em semana marcada por uma série de anúncios de medidas de estímulo econômico na China, inclusive nesta sexta-feira.

“Parece que é fluxo tomador de risco, em linha com a queda do DXY de 0,19%, a 100,332 pontos”, pontua Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, ao referi-se ao índice que e acompanha as flutuações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes.

Atividade americana

Nos EUA, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) – dado mais esperado da semana – teve variação positiva de 0,1% em agosto ante julho, o que ficou igual ao esperado. Já em relação a agosto de 2023, a taxa foi de 2,2% ante projeção de 2,3%.

Após a divulgação, os juros dos rendimentos dos Treasuries (títulos de dívida) passaram a renovar mínimas, sugerindo espaço para cortes mais agressivos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Segundo Cittadin, a avaliação do PCE vai na mesma direção feita em relação a dados divulgados recentemente nos EUA, no sentido de que a atividade está desacelerando e a inflação ainda está resistindo. “Ainda existe o medo de uma recessão no país, mas é menor. Assim, pode haver a necessidade de se cortar juros de forma mais rápida. Isso pode levar a questionamentos se o corte pelo Fed foi demorado”, avalia.

Indicadores econômicos no Brasil

No Brasil, os juros futuros avançam, em meio a renovadas dúvidas quanto ao fiscal e ciclo da Selic. Na quinta-feira (26), secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a nova projeção do Ministério da Fazenda sobre a trajetória da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deverá ser oficializada em outubro, e não mais em setembro. Antes mesmo disso ocorrer, informações complementares já mostram uma curva da dívida bruta piorada.

Quanto ao juro básico brasileiro, indicadores fortes de atividade e de inflação têm elevado a chance de extensão do processo de aperto monetário.

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Nesta sexta-feira, sairam a taxa de desocupação, que ficou em 6,6% no trimestre até agosto, no piso das projeções. Houve geração de 232,5 mil vagas com carteira assinada. O resultado veio menor do que a mediana de criação de 241 mil postos mas ficou dentro das expectativas, reforçando atividade aquecida. Ainda nesta sexta-feira serão divulgados o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto.

Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a 0,62% em setembro, após 0,29% em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do IGP-M nesta leitura veio acima da mediana das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,49%, e próximo do teto das expectativas, de 0,65%.

Para Rafael Perez, economista da Suno Research, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) continuam mostrando uma melhora generalizada do mercado de trabalho. Conforme ele, esse quadro de forte pressão nos salários tende a pressionar o balanço de riscos do Banco Central (BC).

“E é mais um fator a dificultar a convergência da inflação, o que deve contribuir para uma postura mais dura da autoridade monetária nas próximas reuniões”, estima o economista da Suno e que deve ficar no radar do Ibovespa hoje.

* Com informações do Broadcast

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