Semana tem IPCA-15, CPI dos EUA, balanços e expectativa por indicação de Lula ao STF; veja os destaques do Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje intensificou o ritmo de alta e tocou o nível dos 144 mil pontos, após a abertura positiva das bolsas em Nova York. Às 11h (de Brasília), avançava 0,62%, aos 144.263 pontos nesta segunda-feira (20). As atenções do mercado estão em novas projeções do Boletim Focus e no leilão de até US$ 1 bilhão do Banco Central (BC).
O tom otimista no exterior e o alívio nas projeções de inflação no Brasil estimulam um viés de alta do principal índice da B3 hoje. A valorização, no entanto, pode ser limitada pela crescente preocupação fiscal no País e pela queda das commodities hoje.
O petróleo recua em torno de 0,50% nesta manhã, e o minério de ferro fechou com desvalorização de 0,58% na China — apesar de uma bateria de dados chineses de atividade, como o Produto Interno Bruto (PIB), varejo e indústria, mostrar expansão, enquanto o setor imobiliário segue enfraquecido. Neste cenário, o banco central chinês manteve suas principais taxas de juros inalteradas mais uma vez.
Apesar da cautela fiscal, a redução nas estimativas para inflação no boletim Focus traz certo otimismo ao Ibovespa, em meio ao recuo dos juros futuros e do dólar hoje nesta manhã. Às 11h (de Brasília), a moeda americana recuava 0,52%, a R$ 5,37 na venda.
A pesquisa divulgada hoje pelo Banco Central trouxe um alento, com reduções nas expectativas de inflação ao longo de todo o horizonte contemplado, observa Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria. “Ainda assim, as medianas permanecem acima da meta”, pondera em nota.
Ao longo da semana, o destaque da agenda será o IPCA-15 de setembro e o CPI americano de setembro, ambos na sexta-feira. Já a temporada de resultados do terceiro trimestre de empresas brasileiras começa na quarta-feira, com a Weg (WEGE3), seguida de Usiminas (USIM5), na sexta.
Ibovespa hoje: os principais assuntos para ficar informado nesta segunda (20)
Bolsas globais ampliam ganhos à espera de encontro EUA-China
O sinal é positivo no mercado das Bolsas de Nova York e a maioria dos mercados acionários europeus também sobem, mas o de Paris vai na contramão. Há expectativa de um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, nas próximas semanas, na Coreia do Sul.
Trump voltou a acenar com a possibilidade de reduzir as tarifas sobre a China, desde que Pequim cumpra algumas condições, como a retomada da compra de soja “pelo menos nos volumes de antes”. O republicano disse que não quer “destruir” a China. Os dois países concordaram em abrir uma nova rodada de negociações comerciais nesta semana.
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Na Ásia, as bolsas subiram nesta segunda-feira após números de crescimento da China — o PIB cresceu 4,8%, um pouco melhor que o esperado (+4,7%) — e depois de o partido governista do Japão garantir um acordo de coalizão. Outros dados chineses também vieram melhores, como os de vendas no varejo e produção industrial. O Banco do Povo da China (PBoC) manteve suas principais taxas de juros inalteradas pelo quinto mês consecutivo.
Focus alivia apostas de inflação em semana de IPCA-15
O boletim Focus do Banco Central atualizou, nesta segunda-feira (20), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic. A agenda da semana traz o IPCA-15, conhecido como prévia da inflação, em outubro.
A projeção do relatório do BC para a inflação brasileira recuou de 4,72% para 4,70% em 2025. A taxa está 0,20 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. As expectativas para os anos seguintes também foram reduzidas – veja nesta matéria.
Já a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 17ª semana consecutiva, após o Copom ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 17 de setembro.
O Banco Central (BC) vendeu a oferta integral de US$ 1 bilhão em um leilão de linha (venda com compromisso de recompra) realizado nesta segunda-feira (20), entre 10h30 e 10h35. O objetivo era rolar o vencimento de 4 de novembro, data na qual será liquidada a operação de venda.
A autarquia aceitou quatro propostas, no valor total de US$ 1,0 bilhão, no leilão número 167/2025. A taxa de corte foi de 5,191000%. A operação de recompra será liquidada em 2 de abril de 2026. Veja a matéria completa.
Meta fiscal e indicações ao STF marcam a semana em Brasília
A auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que o governo mirar o piso da meta fiscal pode elevar a dívida em R$ 320 bilhões em dez anos e recomenda que o governo federal siga o centro da meta.
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Há expectativa ainda de que o presidente Lula indique o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) até esta terça-feira, segundo a Folha de S.Paulo. Nesse mesmo prazo, o petista também deve nomear o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a chefia da Secretaria-Geral da Presidência.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no sábado que o presidente Lula determinou “pobre no orçamento e ricos no imposto de renda”. “Essa turma [mais ricos] tem que pagar imposto e colaborar”, afirmou em evento em São Bernardo do Campo.
Agenda econômica do dia
A semana começa com investidores de olho em dados de inflação no Brasil, com o IPCA-15 de outubro, e no exterior, com o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos em setembro — que será divulgado graças a uma exceção à suspensão dos dados em razão da paralisação do governo, que já dura 20 dias. O Ibovespa hoje acompanha o Boletim Focus e o leilão de até US$ 1 bilhão do Banco Central (BC).
Ainda na agenda econômica desta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança o programa “Reforma Casa Brasil”, com crédito facilitado e apoio técnico para reformas em moradias em todo o País. O programa contará com R$ 30 bilhões do Fundo Social, voltados a famílias com renda de até R$ 9.600.
Também nesta segunda, o Banco Central divulga a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga a Sondagem Industrial de setembro. Lá fora, a dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel participa de conferência organizada pelo BCE, e o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, fala na Universidade de Nova York.
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Amanhã, o Parlamento japonês vota a indicação de Sanae Takaichi como primeira-ministra. Na quarta-feira, o Reino Unido divulga o CPI de setembro. Na quinta-feira, a Zona do Euro divulga o índice de confiança do consumidor. Na sexta, Reino Unido e Alemanha apresentam as leituras preliminares dos índices de gerentes de compras (PMI) de outubro.
Na agenda de balanços internacionais, destaque para os resultados da Netflix (terça-feira); Barclays, Alcoa e Tesla (quarta-feira); Renault, Lloyds, Unilever e Intel (quinta-feira); e NatWest Group e P&G (sexta-feira).
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast