O Ibovespa hoje abriu em queda de 0,09%, aos 134.783 pontos nesta terça-feira (3). A abertura de negócios ocorre de olho no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre, divulgado esta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O principal índice da B3 hoje pode ser contagiado pelos sinais negativos nas bolsas internacionais e as perdas das commodities, que podem nutrir a demanda por proteção e alta do dólar ante o real. Na segunda-feira (2), o Índice Bovespa teve a primeira queda do mês, deixando para trás a sequência de máximas registradas em agosto – relembre aqui.
- Leia mais: como está o dólar hoje?
Investidores acompanham a repercussão do PIB brasileiro, que registrou alta de 1,40% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou alta de 3,30%.
Ainda segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre de 2024 totalizou R$ 2,888 trilhões. O resultado do período ficou perto das estimativas colhidas no mercado financeiro pelo Projeções Broadcast, que variavam de 0,4% a 1,6%, com mediana em 0,9%.
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O PIB da indústria registrou alta de 1,80% no período em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já o indicador da agropecuária reportou baixa de 2,30% nessa mesma comparação. O PIB de serviços, por sua vez, avançou 1,00% ante o primeiro trimestre de 2024.
Ainda esta manhã, será divulgado o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial dos Estados Unidos em agosto, que juntamente ao PIB brasileiro devem dar suporte às projeções do mercado para o potencial crescimento interno e de desaceleração da economia americana neste ano. Confira aqui a agenda completa desta terça-feira.
O que afeta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
Na volta do feriado nos EUA, os mercados de ações em Nova York caem moderadamente e contaminam os ajustes nas bolsas europeias em uma manhã de queda de commodities e à espera de duas leituras dos índices de gerentes de compras industrial americano. Na segunda-feira (2), o PMI industrial da zona do euro se manteve estável e em território de contração, em mais um indicativo de que a recuperação do setor pode não ser iminente na região.
A liquidez pode melhorar, mas tende a ser em ritmo gradual à medida que os mercados continuam no aguardo pelo principal indicador da semana, o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que será publicado na sexta-feira (6). O documento deve indicar a provável dimensão da redução do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) esperada este mês.
Os retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) curtos rondam a estabilidade, enquanto os vértices médios e longos recuam. No entanto, o dólar avança ante as moedas principais, após computar leve baixa no último fechamento, quando o euro e a libra foram ajudados por uma série de dados de atividade no continente europeu.
Commodities
O petróleo recua mais de 1% diante da crescente incerteza sobre a demanda, após sinais negativos no setor industrial na China e da possibilidade de que a segunda maior economia mundial não conseguirá cumprir a meta de crescimento de 5% do PIB este ano. O minério de ferro fechou em baixa de 3,47% na China.
Mercado brasileiro
No câmbio, não está prevista intervenção do BC com recursos novos, mas não é descartado um novo leilão extra caso o dólar volte a estressar.
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Na segunda-feira (2), após ter subido 2,84% na semana passada, a moeda americana caiu apenas 0,36% e ainda fechou acima de R$ 5,60, após as vendas nos dois últimos pregões de US$ 3 bilhões em recursos novos (US$ 1,5 bilhão no mercado à vista e US$ 1,5 bilhão em swap cambial no mercado futuro).
Já os juros podem oscilar sem direção única, afetados pelos Treasuries mistos, e o pano de fundo de cautela fiscal tende a persistir. O mercado questiona o projeto de lei orçamentária de 2025 em relação às receitas previstas e considera que as despesas estão subestimadas pelo governo. Existe muita incerteza se será possível zerar o déficit primário no próximo ano.
A entrevista coletiva concedida na segunda-feira pelos secretários dos ministérios do Planejamento e da Fazenda evidenciou que o principal desafio para a equipe econômica continua sendo a desoneração da folha de pagamentos.
A suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil repercutiu na comunidade internacional na última segunda-feira e desencadeou uma série de críticas na rede social, que continua sendo acessada em outros países. No entanto, o caso é visto como “único” e sem peso para impactar o apetite de fundos que olham o mercado brasileiro para investir, conforme especialistas ouvidos pelo Broadcast.
Esses e outros assuntos movimentam a Bolsa de Valores brasileira e, consequentemente, impactam o Ibovespa hoje.
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*Com informações do Broadcast