

Após abrir em estabilidade, o Ibovespa hoje ampliou ritmo de alta nesta segunda-feira (17). Às 12h30, o índice sobe 1,28%, aos 130.612 pontos, marca psicológica vista pela última vez no final do ano passado.
O mercado acompanha novas projeções do boletim Focus em semana de “Super-Quarta”, além da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – veja aqui a agenda completa da semana.
O ganho do Índice Bovespa hoje é puxado principalmente pela elevação das bolsas americanas, após uma semana de volatilidade, e valorização dos papéis ligados a commodities apesar do recuo de 1,14% do minério de ferro.
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Internamente, a alta em torno de 0,30% do petróleo e o avanço acima do esperado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em janeiro amparam uma elevação do principal índice da B3 hoje, mesmo após três aumentos seguidos.
Ainda foram informados indicadores de atividade na China, que podem estimular o índice hoje. Também segue no radar a política de tarifas do governo americano.
Em meio ao resultado da prévia do PIB brasileiro, os juros têm viés de baixa, o que pode impactar ações mais sensíveis ao ciclo econômico na B3. Contudo, o avanço eleva as incertezas sobre a atividade econômica, dado que outros indicadores têm mostrado algum esfriamento econômico.
Assim, cresce também a expectativa pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, que deve elevar a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Para Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, a Selic ao final do ciclo tende a ir a 15% ao ano em dezembro de 2025. Por enquanto, diz, está longe de cogitação um corte do juro básico.
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O dólar hoje acompanha a desvalorização no exterior ante moedas rivais e algumas emergentes ligadas a commodities. Nesta segunda-feira, a moeda abriu em leve queda de 0,06%, a R$ 5,7399. Às 12h30 (de Brasília), o dólar recua 0,93%, a R$ 5,6898.
- Confira também a agenda econômica das empresas nesta segunda-feira
Ações em destaque no Ibovespa hoje
Magazine Luiza (MGLU3) lidera ganhos na B3
As ações do Magazine Luiza lideram a ponta positiva do Ibovespa hoje, com ganhos de 5,31% após alcançar quase 7% na esteira do movimento dos juros após a melhora das previsões de inflação do Focus e dados da prévia do PIB.
Marfrig (MRFG3) puxa perdas no índice
Na contramão do varejista, estão as ações da Mafrig, que puxam perdas no índice hoje. A empresa recua 4,91%.
Petrobras (PETR3; PETR4) acompanha o petróleo
As ações da Petrobras mostram valorização no pregão desta segunda-feira. Enquanto os ativos ordinários crescem 1,69%, os preferenciais ganham 1,83% na esteira do avanço do petróleo.
Vale (VALE3) sobe apesar do minério
Apesar das perdas acima de 1% do minério de ferro na China, as ações da Vale sobem 0,69% nesta manhã. No noticiário corporativo, o Itaú BBA reiterou a recomendação de “outperform” (equivalente a compra) para a mineradora após encontros com executivos e atualizou o preço-alvo dos American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) – veja mais aqui.
Mercado financeiro hoje: o que movimenta os negócios nesta segunda-feira
Bolsas internacionais digerem tarifas de Trump à espera do Fed
As bolsas de valores hoje na Ásia subiram e as europeias operam em alta, após dados positivos da indústria e do varejo na China no primeiro bimestre, o anúncio de medidas de Pequim para estimular o consumo e a renda interna e expectativas de que a Alemanha aprove aumento de gastos públicos.
Mas os mercados asiáticos reduziram ganhos após Trump reafirmar a adoção de “tarifas recíprocas” em 2 de abril. As empresas americanas perderam US$ 4 trilhões em valor de mercado desde o início do governo do republicano. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, disse não estar preocupado com o recente tombo do mercado acionário. Trump afirmou que conversará com o presidente da Rússia sobre a crise ucraniana nesta terça-feira.
Os índices futuros de Nova York, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje recuam com investidores aguardando ainda dados econômicos dos EUA e a decisão de juros do Fed na quarta-feira, para a qual é esperada manutenção das taxas à faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
PIB surpreende e aumenta apostas para a decisão do Copom
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, também conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), foi divulgado nesta segunda.
A economia brasileira cresceu 0,89% em janeiro, na comparação com dezembro. O resultado ficou acima do teto da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,70%. A mediana era de 0,30%, e o piso, de -0,40%. Com o resultado, o índice subiu aos 154,6 pontos na série com ajuste sazonal – o maior nível da série histórica.
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O Banco Central revisou para cima os resultados de dezembro (-0,73% para -0,60%), novembro (0,16% para 0,23%) e outubro (-0,34% para -0,16%). Revisões na série com ajuste são comuns.
Na comparação com janeiro de 2024, o IBC-Br cresceu 3,58% sem ajuste sazonal, acima do teto das estimativas, de 3,10%. A mediana era de 2,30%, e o piso, de -0,60%. O índice chegou aos 147,0 pontos, a maior marca para meses de janeiro da série histórica.
Boletim Focus traz leve alívio na inflação
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (17), as projeções para os principais indicadores da economia, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) – veja os detalhes aqui.
A mediana do relatório Focus para o IPCA em 2025 trouxe um leve ajuste de 5,68% para 5,66%, mas que ainda se mantém acima da meta (4,50%). Já em 2026, passou de 4,40% a 4,48%. Em 2027, a projeção da inflação no Brasil permaneceu em 4,00%. Nos cenários mais longos, em 2028, foi de 3,75% a 3,78%.
Quanto às expectativas de juros do boletim Focus, a mediana do documento do BC para 2025 manteve projeções da Selic em 15%. Nos anos seguintes, as expectativas também se mantiveram em 12,50%, 10,50% e 10% em 2026, 2027 e 2028 respectivamente.
O que esperar do Ibovespa e da Selic?
Para a decisão de juros do Copom, é esperado aumento de 1 ponto porcentual da Selic, a 14,25% ao ano, e as atenções ficarão no comunicado e próximos passos da política monetária em meio a preocupações com a inflação de alimentos e em serviços.
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A votação do Orçamento de 2025 fica no foco. Depois de rumores de adiamento na sexta-feira (14), a apresentação da peça orçamentária deve ocorrer a partir de terça-feira, apurou o Broadcast Político. O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Júlio Arcoverde, confirmou que a peça orçamentária deve ser votada entre terça e quarta-feira, desmentindo rumores de adiamento, que podem repercutir no Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Cícero Cotrim, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast