A alta das bolsas americanas e o anúncio de mais estímulos na China estimulam valorização do Ibovespa. Sem uma agenda forte, o espaço para ganhos é moderado. Além disso, persistem as preocupações com juros elevados no mundo por mais tempo do que o imaginado, sugerido nesta semana por importantes bancos centrais, principalmente pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). As bolsas europeias caem, após alguns dados de atividade melhores do que o esperado, mas ainda fracos.
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O que sustenta mesmo a valorização do Índice Bovespa é a elevação das commodities, com o petróleo subindo acima de 1,00% e o minério de ferro, 0,87%, em Dalian, na China, após novas medidas de estímulo. No caso do óleo, ainda refletem os efeitos de restrições da Rússia. Às 11h27, Vale tinha elevação de 1,69%, enquanto Petrobras avançava 1,14% (PN) e 0,83% (ON). “O movimento visto até agora é mais um respiro”, avalia Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “Ontem, o Ibovespa caiu e quase fechou na mínima do dia 116.012,92 pontos, é mais um retorno de toda a sangria da véspera.
Não há muitos fundamentos”, completa Mota. Um dia após o Fed manter os juros e não descartar nova alta, sugerindo taxas elevadas por mais tempo, o Índice Bovespa caiu 2,15% (116.145,05 pontos), na maior queda desde maio. A desvalorização seguiu a aversão a risco externa, em meio a temores com a política monetária global. No horário citado acima, o Ibovespa subia 0,28%, aos 116.465,80 pontos, depois de avançar 0,71%, com máxima aos 116.967,50 pontos, e abertura aos 116.147,03 pontos.
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Com isso, atenua a desvalorização semanal para queda de 1,85%, ante -2,20% apurada até o fechamento de ontem, De forma geral, hoje os mercados ainda ecoam essa percepção, especialmente em relação ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Ainda pela manhã, os investidores avaliarão PMIs dos EUA.
Na Europa, as bolsas caem, em dia de divulgação de dados de atividade. O PMI composto da zona do euro subiu para 47,1 em setembro, segundo prévia da S&P Global, ainda abaixo da marca de 50 que indica contração na atividade, mas razoavelmente acima de esperado. O da Alemanha também surpreendeu positivamente, enquanto o do Reino Unido decepcionou, um dia após o BC inglês manter os juros e alertar sobre a necessidade de manter a restrição monetária por um período “suficientemente longo”.
“Os mercados operam sem direção única nesta sexta-feira. Em uma semana repleta de decisões de política monetária, os ativos globais seguem sem força nesta manhã, a despeito dos sinais mais favoráveis vindos da atividade econômica europeia”, descreve o Bradesco em relatório do Bradesco.
Na madrugada de hoje, o Banco do Japão (BoJ) reafirmou sua política monetária ultra-acomodatícia, sem sinalização de aperto nem de afrouxamento mais adiante. Nesta semana, os governos municipais das cidades de Xangai e Pequim anunciaram o relaxamento de regras para investimento estrangeiro direto (IED), em movimento para atrair empresas e apoiar a recuperação econômica da China “O anúncio de medidas de estímulo na China, ainda que meio tortas, ajuda. Só o fato de sinalizar, anima. As commodities avançam e isso ajuda a Bolsa”, afirma o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
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Além disso, Laatus vê com bons olhos a afirmação do presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Higino Ribeiro de Alencar, de que a previsão de arrecadação de R$ 54,7 bilhões do governo com julgamentos no órgão no próximo será obtida “com tranquilidade”. “É um sinal positivo, de credibilidade.” Aqui, ficam no radar questões fiscais. A bancada ruralista criticou e reagiu à decisão do STF sobre o marco regulatório, ameaçando obstruir votações no Congresso.