Veja os principais assuntos que movimentam o Ibovespa hoje (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje bateu o seu recorde de fechamento, ao encerrar o pregão em alta de 0,9% aos 143.546,58 pontos. Na máxima do dia, aos 144.193,58 pontos, também renovou o maior nível intradiário (o período entre a abertura e o fechamento do pregão diário) da sua história. Nesta segunda-feira (15), as atenções do mercado estiveram voltadas para a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho. A agenda da semana inclui ainda a “Super Quarta”, com as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
As expectativas de corte de juros nos EUA na quarta-feira (17) sustentaram a alta do principal índice da B3 hoje. Uma redução das taxas no país norte-americano deve favorecer a entrada de capital estrangeiro no Brasil, o que consequentemente pode impulsionar a Bolsa local. Para a reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, a projeção é de corte de 0,25 ponto percentual nos juros,
O avanço do petróleo (0,97% no WTI e 0,67% no Brent) também colaborou para a alta do Ibovespa hoje. No entanto, o recuo de 0,31% do minério de ferro na China — onde há sinais de enfraquecimento econômico —, somado a riscos políticos, limitou ganhos maiores do índice da B3.
No câmbio, odólar hoje cedeu 0,61% ante o real cotado a R$ 5,3217, no menor valor de fechamento desde 6 de junho de 2024, então a R$ 5,2508. “A fraqueza do dólar no âmbito global explica aproximadamente metade dessa valorização. A outra metade está associada a fundamentos locais, como os ganhos nos termos de troca, o diferencial de taxa de juros e a redução do prêmio de risco-País”, afirma Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa macroeconômica do Banco Pine.
Na agenda de dados, o resultado do IBC-Br não deve alterar as apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, mas pode afetar as estimativas para o ciclo de queda da Selic, possivelmente ainda em 2025.
No áudio a seguir, o especialista em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fabricio Tonegutti, avalia o que esperar da decisão de juros na quarta.
Na seara política, o mercado acompanhou a possibilidade de retaliação dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. O governo norte-americano prometeu “responder adequadamente”. Governistas, porém, avaliam que uma eventual ofensiva deverá se limitar a ministros do STF e algumas instituições, sem afetar o comércio.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta segunda-feira (15)
Bolsas globais abrem semana em alta à espera do Fed
A semana começou com a maioria dos ativos em alta, com as bolsas de Nova York ampliando ganhos da semana passada, enquanto as bolsas de valores europeias fecharam na maioria em campo positivo. O movimento ocorre de olho na questão comercial e diante das expectativas pela decisão do Fed, para a qual as apostas indicam início de queda dos juros na Super Quarta.
O presidente dos EUA, Donald Trump, mantém pressão sobre o Fed e disse esperar “um grande corte”. O republicano ainda voltou a pedir a demissão da diretora do banco central norte-americano, Lisa Cook.
No domingo (14), delegações dos EUA e da China iniciaram uma quarta rodada de negociações tarifárias em Madri, na Espanha, visto que a atual trégua entre as duas maiores economias do mundo chega ao fim em novembro. Trump disse que as negociações “estão indo bem”.
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As bolsas asiáticas fecharam hoje sem direção única após dados econômicos chineses decepcionantes, que pesaram em Xangai, e uma decisão que favorece investidores na Coreia do Sul, que impulsionou o mercado em Seul a um novo recorde.
A produção industrial da China, por exemplo, cresceu 5,2% na comparação anual de agosto, após 5,7% em julho, vindo abaixo do esperado (alta de 5,8%). Já as vendas no varejo avançaram 3,4% no período, ante 3,7% anteriormente.
Nos Estados Unidos, foi divulgado o índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York. O indicador recuou para 8,7 em setembro, após marcar 11,9 em agosto.
Mercado aposta em Selic a 15% no fim de 2025; inflação tem novo recuo na Focus
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (15), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
A mediana das projeções para a inflaçãobrasileira em 2025 mostrou um novo recuo nesta semana, passando de 4,85% a 4,83%, acima do teto da meta (4,5%).
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Para os juros brasileiros, o relatório do BC trouxe a manutenção da taxa Selic em 15% neste ano, enquanto mostrou um recuo nas projeções para 2026, indo de 12,50% para 12,38%, após semanas de estabilidade. Confira detalhes da pesquisa Focus nesta matéria.
IBC-Br aponta 3ª queda consecutiva da atividade
A mediana do mercado indicava queda de 0,30% da prévia do PIB em julho (Foto: Adobe Stock)
O IBC-Br, também chamado de prévia do PIB, caiu 0,53% em julho, na comparação com junho e na série com ajuste sazonal, informou o Banco Central (BC) nesta segunda-feira. No mês anterior, o índice havia cedido 0,25% (revisado, de -0,06%).
O resultado de julho ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para uma queda de 0,30%. As estimativas do mercado iam de baixa de 0,80% a alta de 0,90%.
Na comparação com julho de 2024, o IBC-Br total cresceu 1,15% na série sem ajuste sazonal – também abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,50%. As estimativas do mercado iam de 0,80% a 4,0%.
Agenda econômica da semana
Além das decisões de juros no Brasil e nos EUA, nos próximos dias, a agenda econômica traz a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de julho, na terça-feira (16); e o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro e o Índice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC-Fipe) da segunda quadrissemana do mês na quarta-feira (17).
Também na quarta-feira, está programada a divulgação de uma nova pesquisa Genial/Quaest sobre avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a reação dos brasileiros ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia, haverá também a definição sobre juros do Canadá e sairá o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto da zona do euro.
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Na quinta-feira (18), serão informados os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, a decisão do Banco Central da África do Sul e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, fala em eventos. Na sexta-feira (19), sai a decisão do BC japonês e a da China.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Luciana Xavier, do Broadcast