Prévia do PIB ganha destaque no Ibovespa hoje em meio a decisões de juros e temor de retaliação ao Brasil pelos EUA. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje avança 0,63%, aos 143.168 pontos nesta segunda-feira (15). As atenções do mercado estão na prévia do Produto Interno Bruto (PIB), medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho. A agenda da semana traz ainda a “Super Quarta”, com as decisões de juros do Brasil e EUA.
As expectativas de corte de juros nos Estados Unidos na quarta-feira (17) podem estimular alta do principal índice da B3 hoje. A elevação do petróleo (0,30%) reforça esse cenário. Para a reunião do Fed desta quarta-feira, espera-se corte de 0,25 ponto percentual nas taxas.
Contudo, o recuo de 0,31% do minério de ferro na China — onde há sinais de enfraquecimento econômico —, somado a riscos políticos, pode limitar o avanço do Índice Bovespa.
No câmbio, odólar hoje cede 0,40% ante o real, negociado a R$ 5,3274. Já os juros futuros brasileiros repercutem o recuo de 0,53% do IBC-Br em julho — pior que a mediana esperada de queda de 0,30%.
Por outro lado, o resultado do IBC-Br não deve alterar as apostas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, mas pode afetar as estimativas para o ciclo de queda da Selic, possivelmente ainda em 2025. No Brasil, também foi divulgado hoje o relatório Focus, que trouxe oscilações contidas.
No áudio a seguir, o especialista em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fabricio Tonegutti, avalia o que esperar da decisão de juros na quarta.
Na seara política, o mercado acompanha a possibilidade de retaliação dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. O governo norte-americano prometeu “responder adequadamente”. Governistas, porém, avaliam que uma eventual ofensiva deverá se limitar a ministros do STF e algumas instituições, sem afetar o comércio.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta segunda-feira (15)
Agenda econômica do dia
O foco do Ibovespa hoje está direcionado ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho -– também conhecido por prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – e o boletim Focus. Na semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulgarão suas decisões sobre juros na quarta-feira (17).
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Nos próximos dias, a agenda econômica traz a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de julho, na terça-feira (16), o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro e o Índice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC-Fipe) da segunda quadrissemana do mês na quarta-feira.
Também na quarta-feira, está programada a divulgação de uma nova pesquisa Genial/Quaest sobre avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a reação dos brasileiros ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
No exterior, nesta segunda-feira, Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu (BCE), participa de encontro de economistas do Banco de Investimentos Europeu.
Na quarta, haverá também a definição sobre juros do Canadá e sairá o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto da zona do euro.
No dia seguinte, serão informados os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, a decisão do Banco Central da África do Sul e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, fala em eventos. Na sexta-feira (19), sai a decisão do BC japonês e a da China.
Bolsas globais abrem semana em alta moderada à espera do Fed
A semana começa com a maioria dos ativos em alta moderada, com os futuros de Nova York ampliando ganhos da semana passada, enquanto as bolsas de valores europeias avançam. O movimento ocorre de olho na questão comercial e diante das expectativas pela decisão do Fed, para a qual as apostas indicam início de queda dos juros na Super Quarta.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, mantém pressão sobre o Fed e disse esperar “um grande corte”. O republicano ainda voltou a pedir a demissão da diretora do banco central norte-americano, Lisa Cook.
No domingo (14), delegações dos EUA e da China iniciaram uma quarta rodada de negociações tarifárias em Madri, na Espanha, visto que a atual trégua entre as duas maiores economias do mundo chega ao fim em novembro. Trump disse que as negociações “estão indo bem”.
As bolsas asiáticas fecharam hoje sem direção única após dados econômicos chineses decepcionantes, que pesaram em Xangai, e uma decisão que favorece investidores na Coreia do Sul, que impulsionou o mercado em Seul a um novo recorde.
A produção industrial da China, por exemplo, cresceu 5,2% na comparação anual de agosto, após 5,7% em julho, vindo abaixo do esperado (alta de 5,8%). Já as vendas no varejo avançaram 3,4% no período, ante 3,7% anteriormente.
Nos Estados Unidos, foi divulgado o índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York. O indicador recuou para 8,7 em setembro, após marcar 11,9 em agosto.
Mercado aposta em Selic a 15% no fim de 2025; inflação tem novo recuo na Focus
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (15), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic. A agenda econômica desta semana traz a decisão de juros do Copom, na Super Quarta-feira.
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A mediana das projeções para a inflaçãobrasileira em 2025 mostrou um novo recuo nesta semana, passando de 4,85% a 4,83%, acima do teto da meta (4,5%).
Para os juros brasileiros, o relatório do BC trouxe a manutenção da taxa Selic em 15% neste ano, enquanto mostrou um recuo nas projeções para 2026, indo de 12,50% para 12,38%, após semanas de estabilidade. Confira detalhes da pesquisa Focus nesta matéria.
IBC-Br aponta 3ª queda consecutiva da atividade
A mediana do mercado indicava queda de 0,30% da prévia do PIB em julho (Foto: Adobe Stock)
O IBC-Br, também chamado de prévia do PIB, caiu 0,53% em julho, na comparação com junho e na série com ajuste sazonal, informou o Banco Central (BC) nesta segunda-feira. No mês anterior, o índice havia cedido 0,25% (revisado, de -0,06%).
O resultado de julho ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para uma queda de 0,30%. As estimativas do mercado iam de baixa de 0,80% a alta de 0,90%.
Na comparação com julho de 2024, o IBC-Br total cresceu 1,15% na série sem ajuste sazonal – também abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,50%. As estimativas do mercado iam de 0,80% a 4,0%.
O que mais esperar do Ibovespa hoje?
O viés positivo das bolsas internacionais e a alta do petróleo podem respingar no Índice Bovespa hoje, com investidores ainda avaliando o IBC-Br de julho.
Questões políticas após a condenação de Bolsonaro no STF ampliam cautela, dado o temor de retaliação ao Brasil pelos EUA.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Luciana Xavier, do Broadcast