

O Ibovespa futuro abriu esta segunda-feira (10) em queda de 0,37%, aos 126.230 pontos. As atenções do mercado estão em projeções do boletim Focus em semana de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – veja aqui a agenda econômica completa da semana.
As bolsas de valores internacionais mostram receio com a ofensiva tarifária de Trump. Em Nova York, os índices futuros recuam, assim como na Europa.
O republicano afirmou que as tarifas de importação impostas ao México e ao Canadá podem aumentar no futuro. Na sexta-feira (7), ameaçou impor novas tarifas ao Canadá, incluindo uma taxa de 250% sobre produtos lácteos, um dia após oferecer um adiamento de um mês nas importações de alguns bens do país vizinho.
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Por aqui, a guerra comercial do governo americano segue no foco — na quarta-feira (12), entram em vigor as tarifas dos EUA sobre importações de aço e alumínio de vários países, incluindo o Brasil. Além disso, há preocupação com a desinflação na China, que pode pesar nas ações da Vale (VALE3) hoje.
O principal índice da B3 futuro pode sofrer com a desvalorização dos índices de ações no Ocidente e os sinais opostos nas commodities hoje.
O que fica no radar do Ibovespa futuro hoje
Inflação no Brasil: IPCA e projeções para a Selic
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira, as previsões para indicadores da economia. Entre eles, o IPCA e a taxa Selic – veja detalhes aqui.
A projeção do relatório Focus para o IPCA, em 2025, passou de 5,65% a 5,68%, acima do teto da meta (4,50%). Para 2026, a inflação deve permanecer em 4,40% e, para 2027, em 4,00%. Em cenários mais longos, como em 2028, a previsão ficou em 3,75%.
Enquanto isso, as projeções do documento do BC para a Selic, em 2025, se mantiveram em 15% ao ano. Em 2026, em 12,50% ao ano e, em 2027, em 10,50%. Em 2028, a Selic deve continuar em 10% ao ano, segundo o boletim Focus.
Dólar e juros
O dólar hoje pode subir moderadamente diante da aversão a risco no exterior por incertezas sobre as tarifas de Trump. No entanto, o recuo da divisa americana ante moedas principais e dos juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense), além das novas promessas do governo da China de adotar estímulos à economia interna, podem amenizar os ajustes cambiais e beneficiar o real. Nesta segunda-feira, a moeda americana abriu em leve alta de 0,05%, a R$ 5,7982.
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O mercado futuro de juros, por sua vez, começa a semana atento à queda expressiva nos retornos dos Treasuries, que nesta manhã devolvem boa parte do aumento registrado na sexta-feira, enquanto investidores esperam por novos indicadores de inflação nos Estados Unidos.
ADRs da Vale afundam em meio à queda do minério
O petróleo mostra alta nesta manhã, após subir na última sessão, mas com perdas de até quase 4% no encerramento da semana passada. Investidores pesam os efeitos da política tarifária do governo Trump e da decisão da Opep+ de ampliar sua produção a partir de abril. Às 9h03, o barril do petróleo WTI para abril subia 0,31%, enquanto o do Brent para maio avançava 0,31%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,71%, cotado a 769 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,28 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale recuavam 4,55% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h05 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) mostravam estabilidade no mesmo horário.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
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*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast