

Após abrir em leve queda, o Ibovespa hoje passou a operar na campo positivo na sessão desta terça-feira (1º). Às 12h25, o índice avança 1,17%, aos 131.789 pontos. A valorização acompanha o apetite exterior.
O mercado segue de olho na guerra comercial dos Estados Unidos, deflagradas pelas tarifas de Donald Trump, o presidente do país, enquanto investidores brasileiros acompanham a compra do banco Master pelo BRB – veja aqui os principais assuntos do dia.
Alguns investidores têm olhado para países emergentes em busca de oportunidades, cita Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “Há uma grande expectativa com o anúncio dessas medidas. Num primeiro momento, Trump dá uma martelada: fala-se agora que o país considera impor tarifa de cerca de 20% à maioria das importações. Depois, tem revisão. Isso traz incerteza”, completa Lenzi.
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A valorização de 1,86% do minério de ferro pode ser insuficiente para estimular o principal índice da B3 hoje em meio às incertezas dos investidores com o pacote de tarifas dos Estados Unidos, previsto para ser anunciado na quarta-feira (2). Ao mesmo tempo, o petróleo e os índices futuros de ações em Nova York registram recuo modesto.
“Será preciso avaliar os impactos e consequências, além de eventuais mudanças no curso das medidas dos Estados Unidos. Isso significa dizer que a prudência nos investimentos de risco e a volatilidade dos mercados devem continuar”, estima Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec Brasil).
Na véspera, o índice fechou apresentou um desempenho positivo em março, acumulando valorização de 6,08% e alcançando 130 mil pontos. Veja os detalhes aqui.
Na última sessão de março, as ações do BRB (BSLI3), controlado pelo governo do Distrito Federal, lideraram os ganhos da B3, com uma alta de 83,44%. O movimento ocorre após o anúncio de compra de 58% do capital do Banco Master, cuja operação pode ganhar um novo concorrente (veja mais abaixo).
Ibovespa hoje: assuntos que movimentam a terça-feira
Bolsas internacionais em alerta às vésperas das tarifas de Trump
As bolsas europeias buscam recuperação impulsionadas por dados de inflação e desemprego da zona do euro. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou para 2,2% em março, como se previa, elevando as chances de que o Banco Central Europeu (BCE) siga com cortes de juros. Já a taxa de desemprego caiu para 6,1% em fevereiro, nova mínima histórica. Os PMIs da região – zona do euro, Alemanha e Reino Unido – vieram mistos.
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Em Nova York, os índices futuros estão no vermelho com as políticas de tarifas dos EUA no radar. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Richmond, Thomas Barkin, afirmou na segunda-feira (31) que não tem “pressa para cortar os juros” americanos e que vai levar tempo até ter clareza sobre o impacto das tarifas de Donald Trump, o presidente dos EUA, na inflação.
Na quarta-feira (2), Donald Trump anunciará as “tarifas recíprocas” contra produtos estrangeiros de parceiros comerciais e nos próximos dias é esperado que a Casa Branca imponha tarifa de 25% a carros importados. Trump disse que os EUA serão “mais gentis; relativamente mais lenientes”.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) seguem em baixa pela terceira sessão consecutiva. O dólar hoje sobe ante euro e libra, mas segue pressionado frente o iene.
Novos concorrentes na disputa pelo Master
No radar dos investidores da Bolsa de Valores está a compra de uma fatia do Banco Master pelo BRB, por R$ 2 bilhões. Pessoas envolvidas na negociação não descartam a entrada também do BTG Pactual na operação. Na segunda-feira, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, teve reuniões com o chairman e sócio do BTG Pactual, André Esteves, e com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. A reunião foi considerada por Costa “positiva”.
Commodities: petróleo e minério avançam
O petróleo sobe moderadamente, depois de saltar mais de 3% na segunda-feira. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio eo Brent para junho mostravam estabilidade.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 1,86%, cotado a 792 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 109,13 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,10% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10 horas (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) mostravam estabilidade no mesmo horário.
O que esperar do Ibovespa hoje?
A falta de fôlego em Nova York pode afetar o apetite no Índice Bovespa hoje, mas as altas das commodities são contraponto.
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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse na segunda-feira que a defasagem temporal da política monetária justifica a alta de menor magnitude na Selic. Ele citou ainda a incerteza em relação a quanto será essa menor magnitude.
A política tarifária do governo Trump segue no foco no Ibovespa hoje. Em documento publicado na segunda-feira, os EUA acusam o Brasil e uma série de outros países de imporem numerosas barreiras e tarifas contra produtos americanos.
*Com informações do Broadcast
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