

Após abrir em alta, o Ibovespa hoje testa estabilidade, aos 123.043 pontos, às 11h36 desta quinta-feira (6). As atenções do mercado estão na decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), assim como na ofensiva comercial de Donald Trump – veja aqui os principais assuntos do dia.
A desvalorização dos índices futuros de ações norte-americanos e a queda de 0,45% do minério de ferro na China podem pressionar o principal índice da B3 hoje para baixo. Além disso, a alta dos juros futuros, impulsionada pelo avanço da inflação brasileira em fevereiro, adiciona um fator de pressão negativa.
Por outro lado, a recuperação do petróleo e a sinalização de novos estímulos pela China – principal compradora do minério da Vale (VALE3) – podem amenizar um eventual recuo do Índice Bovespa hoje. Na véspera, o índice registrou alta de 0,20%, fechando aos 123.046,85 pontos.
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Com a liquidez reduzida devido à semana encurtada pelo feriado de carnaval, o mercado financeiro hoje deve seguir com volumes menores de negociação, avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil. Além disso, a agenda escassa no Brasil eleva a atenção para as questões tarifárias no cenário internacional, com as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Enquanto isso, o dólar abriu em leve queda de 0,09%, a R$ 5,7508, na contramão da valorização da moeda no exterior por receios inflacionários e sobre o crescimento da economia americana, trazidos pelas tarifas de Trump. Às 9h55 (de Brasília), o dólar hoje sobe 0,08%, a R$ 5,7498.
- Confira também a agenda econômica das empresas nesta quinta-feira
Ibovespa hoje: os principais assuntos do dia
O que esperar da decisão de juros do BCE?
Nas bolsas internacionais hoje, os futuros de Nova York acentuaram as perdas na última hora e caem mais de 1%, afetando também as bolsas europeias, que hoje vivem expectativa da decisão de juros do BCE.
Em meio ao impacto das tarifas de Trump, o BCE deve cortar hoje os juros mais uma vez, de 2,75% para 2,50%, diante do fraco desempenho da economia da região e da expectativa de que a inflação vá para perto da meta de 2% até o final do ano.
Na zona do euro, as vendas no varejo caíram 0,3% em janeiro ante dezembro, abaixo da previsão de estabilidade. No entanto, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, refletindo a expectativa de mais medidas de estímulo na China e após Trump adiar tarifas para certas montadoras.
Como as tarifas de Trump estão afetando o mercado financeiro?
A queda de 15,50% das ações da Marvell pesa no Nasdaq futuro. Como pano de fundo para a cautela, estão as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a vários países e ameaças de tarifas que ainda virão. A ofensiva é a mais dura em mais de um século, desde a Grande Depressão, segundo o site Barrons.
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Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) longos ampliam valorização de quarta-feira (5). Já o dólar hoje tem sinais mistos ante moedas emergentes e ligadas a commodities, mas sobe ante o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano.
Minério de ferro e petróleo: o impacto nas commodities
O petróleo opera em alta nesta quinta-feira, em um provável movimento de recuperação após acumular perdas por quatro sessões consecutivas. Às 9h55, o barril do petróleo WTI para abril subia 0,54%, enquanto o do Brent para maio avançava 0,51%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,45%, cotado a 773 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,58 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 0,52% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h56 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,08% no mesmo horário.
Expectativas para o mercado brasileiro hoje
As tarifas de Trump seguem no radar, mas o governo Lula decidiu não responder na quarta-feira à nova menção do presidente americano à cobrança de tarifas excessivas pelo Brasil e à ameaça de adoção de reciprocidade.
Na reunião desta quinta-feira, Alckmin deve falar com Lutnick sobre as tarifas anunciadas pelos EUA que devem afetar produtos brasileiros, em especial o aço e o alumínio, cuja sobretaxa já tem previsão de entrar em vigor na próxima quarta-feira (12). O etanol também está no radar do Ibovespa hoje.
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*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast